Estatísticas e Análises | 30 de agosto de 2016

Câncer de mama: exame pode reduzir significativamente o uso da quimioterapia

Teste genômico pode ajudar na diminuição da quimioterapia em 46%
Câncer de mama exame pode reduzir significativamente o uso da quimioterapia

O teste MammaPrint pode reduzir significativamente o uso da quimioterapia em pacientes com câncer de mama e tem o potencial de modificar a rotina da prática clínica. Cerca de 46% das pacientes com câncer de mama em estágio inicial, classificadas de alto risco pelos métodos tradicionais, podem evitar a quimioterapia ao realizar este tipo de teste. O periódico New England Journal of Medicine publicou resultados do estudo MINDACT.

Os resultados fornecem evidência de que o uso do MammaPrint – exame de 70 genes de câncer de mama realizados em ambos os tecidos de tumor, desenvolvido pela empresa Agendia – que promove pesquisas e desenvolve produtos de diagnóstico do câncer, poderia mudar a prática clínica ao reduzir substancialmente o uso de quimioterapia adjuvante, poupando muitos pacientes de um tratamento que causa toxicidade e que oferece, em muitos casos, poucos benefícios.

Basicamente existem três intervenções, a terapia exclusiva (somente quimioterapia), adjuvante (tratamento complementar aplicado após o tratamento primário, como a cirurgia) ou neo-adjuvante (precede a cirurgia, utilizado para diminuir o tumor e a agressividade do tratamento).

MammaPrint é uma ferramenta de complementação diagnóstica que classifica o tumor em baixo ou alto risco de recorrência. Desse modo, possui grande influência na escolha do tratamento a ser utilizado, ajudando a descartar o enfrentamento quimioterápico, quando possível.

O que é MINDACT?

Em resumo, o MINDACT fornece evidências de grande escala, prospectivas, randomizadas, de um ensaio clínico internacional de fase III, relacionado à validade de integrar o exame MammaPrint na prática clínica, que agora, pode ser considerado em casos de câncer de mama em estágio inicial.

O objetivo do MINDACT – que envolveu 6.693 pacientes com câncer de mama de 112 hospitais de nove países europeus – foi avaliar o valor de se acrescentar este tipo de exame genético (MammaPrint) ao método tradicional de avaliar a probabilidade de recorrência do câncer de mama para mulheres com linfonodos negativos, ou com 1 a 3 linfonodos positivos. “Os resultados do estudo podem ajudar os oncologistas decidir quais pacientes serão capazes de evitar de forma segura a quimioterapia e os efeitos colaterais que vêm com o tratamento”, destaca artigo do portal do Grupo Solti.

Futuras pesquisas utilizando a coleta de amostra biológica do estudo também podem contribuir para uma compreensão mais aprofundada do câncer de mama e como continuar melhorando o tratamento.

“O estudo foi um desafio por causa das inúmeras questões de direitos de propriedade estatística, ética, legal e intelectual a serem abordados em um momento em que os ensaios de avaliação de risco genômico ainda são um território novo”, reitera o portal Solti.

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