Mundo | 15 de agosto de 2012

As armas da Austrália e Nova Zelândia contra o cigarro

Embalagens genéricas e aumento de 40% no preço dos cigarros são as novas estratégias
foto cigarro

Com uma forte política de aumento de impostos, o governo da Nova Zelândia vem se notabilizando como um dos países que adota algumas das estratégias mais duras contra a indústria do tabaco. Com uma população de cerca 4,4 milhões de habitantes, esta ilha no Oceano Pacífico, juntamente com sua vizinha Austrália, se tornaram dois dos principais inimigos de grandes empresas como Phillip Morris International e British American Tobacco.

A Austrália votará no final deste ano, nova lei que determina a venda de embalagens de cigarro com as já conhecidas fotos dos efeitos do cigarro, porém ocupando quase toda a embalagem. As empresas terão ainda que expor o nome do produto em dimensões minúsculas, sem o uso do logo estilizado que facilita a fixação e identificação da marca. Assim, atacará as questões envolvendo o processo de construção de marca – ou marketing do produto, pois impedirá ainda o uso de outra cor que não seja o verde-oliva  em suas embalagens. As grandes empresas já entraram na justiça pedindo a revisão da proposta, pois, segundo elas, infringem o direito de uso de sua propriedade intelectual.

Já a Nova Zelândia aplicará um aumento de 40% nos próximos quatro anos, chegando ao preço de 15 dólares para um pacote com 20 cigarros. A meta é declarar o país livre de fumo em 2025. Até lá, o preço da cartela poderá chegar a 76 dólares. Outra estratégia é a adoção de campanhas de incentivo contra o cigarro, como canais de comunicação que auxiliam o fumante a deixar seu vício. Uma dos exemplos é o programa Quitline New Zeland, que através do site www.quit.org.nz/ oferece:

– Apoio online com perguntas e respostas e acesso ao blog com histórias de sucesso;

– Calculadora para informar quanto você economiza por dia sem a compra de cigarros;

– Serviço de mensagem de texto no celular com incentivo a parar de fumar;

– Cota de adesivos de nicotina e chicletes por 3 dólares;

– Linha de telefone com especialistas prontos a ajudar;

De acordo com o programa, 24,2% das pessoas que começaram o processo Quitline, continuam sem fumar após seis meses. Em pesquisa anterior, os índices chegavam a 20,9%. Cerca de seis mil pessoas utilizam os serviços do programa.

No Brasil, onde o preço do cigarro é um dos mais baixos do mundo, a política de fazer “doer no bolso” começa a se tornar realidade. Até 2015, o governo pretende aumentar o valor em até 55%, com a adoção de preço mínimo de R$ 4,50 para o maço. Mesmo sendo mais conservador em relação ao exemplo neozelandês, indica uma nova postura do governo, e que, pode no futuro, ocasionar a diminuição dos gastos com tratamentos para as graves doenças causadas por esta droga lícita.

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