Câncer de bexiga pode ser confundido com infecção urinária: entenda
Especialista reforça importância de buscar por aconselhamento médico diante de qualquer suspeita de irregularidade no organismo.Dificuldade para urinar, uma simples ardência e até sangramento, podem ser sinais de que algo mais sério está acontecendo no organismo e deve ser investigado. O oncologista clínico, integrante da Oncoclínicas&Co no RS, Dr. Eduardo Bischoff, alerta que os sintomas de infecção urinária podem indicar a ocorrência de câncer de bexiga e, no caso de tumores mais avançados, os pacientes também podem apresentar dor abdominal, lombar e perineal.
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Procure o seu médico
“Apesar de não haver um programa de rastreamento comprovadamente efetivo, devemos sempre procurar o nosso urologista ou médico de confiança diante de qualquer suspeita de uma eventual lesão, especialmente se desenvolvermos sangue na urina”, explica o especialista.
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Quando a doença é metastática, ou seja, as células tumorais saíram da região da bexiga e se espalharam, pode haver dor óssea secundária, bem como cefaleia e/ou sintomas neurológicos, em casos de progressão para o sistema nervoso central. O Dr. Eduardo Bischoff ainda cita a possibilidade de existência de outros sinais de alerta como fadiga, anorexia, anemia e perda de peso.
Hoje, o tratamento do câncer de bexiga pode ser dividido em três cenários: doença localizada não músculo-invasiva, músculo-invasiva e metastática. Quando se trata de neoplasia não músculo-invasora, é necessária a ressecção cirúrgica local do tumor. A depender de uma série de critérios, podem ser indicados medicamentos instilados, inseridos gota a gota, dentro da própria bexiga, como a vacina BCG, para prevenção de recorrências. No entanto, quando é músculo-invasiva, há indicação de retirada do órgão, muitas vezes juntamente com adoção de quimioterapia e/ou imunoterapia.
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“Há muita expectativa para que sejam desenvolvidas tecnologias que evitem esta cirurgia. Temos muita esperança de que isto poderá ocorrer nos próximos anos”, afirma o oncologista.
Já para a doença metastática, ele destaca que há uma verdadeira revolução nos tratamentos sistêmicos após o advento das imunoterapias, mas principalmente, com dados recentes do uso de enfortumabe vedotina. Este é um anticorpo-droga conjugado, uma forma mais moderna de fazer a quimioterapia chegar diretamente às células tumorais. Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2022, o enfortumabe se liga aos receptores de nectina-4, altamente presentes em tumores uroteliais, entregando o quimioterápico vedotina diretamente às células tumorais com altas taxas de resposta e controle de doença.
Prevenção
Entretanto, apesar de todos estes avanços, o Dr. Bischoff destaca que o mais importante é tentar evitar o desenvolvimento destas neoplasias. “Não fumar é imperativo. Tabagismo é o principal fator de risco conhecido para neoplasia urotelial, pois fumantes têm três vezes mais chances que a população em geral de desenvolver a doença”, afirma
Além disso, a exposição sem equipamentos de segurança individual a aminas aromáticas, como às utilizadas na indústria de corantes, também pode predispor ao câncer de bexiga. O oncologista relata, ainda, que pessoas que tomam menos água têm maior chance de desenvolver a neoplasia. “Então, é super importante não fumar, não se expor a substâncias nocivas, cuidar da qualidade da água e se manter hidratado”, finaliza.