Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 4 de agosto de 2015

Por que as clínicas de imagem podem estar a perigo?

Projeto promete mudar radicalmente a forma como são feitos os exames de imagem
Por que as clínicas de imagem podem estar a perigo

A radiologia e imagiologia vêm crescendo como um campo de altos investimentos tecnológicos. Um projeto tecnológico deverá investir US$ 100 milhões para criar um scanner de ultra-som portátil de baixo custo, e promete atuar com umas das principais forças disruptivas da saúde nos próximos anos. E sim, isto pode incluir o fechamento de clínicas de imagem em um curto espaço de tempo.

O engenheiro químico e biomédico Jonathan Rothberg (foto) lançou, há três anos, uma startup chamada Butterfly Network. O projeto desenvolveu um novo tipo de dispositivo de imagem que, segundo a empresa, mostrará o corpo humano em “formas completamente novas”. Um dispositivo do tamanho de um telefone celular poderá colher milhares de imagens em um banco de dados, para depois usar técnicas de inteligência artificial para analisar novos ‘insights’ clínicos a partir dessas informações.

A Butterfly Network foi fundada por Rothberg e um grupo de pesquisadores e engenheiros do MIT’s Lincoln Laboratories. O alto investimento, de US$ 100 milhões, será usado para aperfeiçoar a tecnologia, e mostra o empenho da empresa em lançar um produto que atenda as reais necessidades do mercado.

Rothberg tem histórico de sucesso em startups voltados para a saúde. Sua empresa anterior, 454 Life Sciences, conseguiu realizar o sequenciamento de DNA com um chip de baixo custo. O projeto acabou sendo vendido para a Roche em 2007 por US$ 155 milhões.

Em 2010, seu outro projeto, chamado Ion Torrent, inventou uma máquina de sequenciamento ainda mais rápida e barata, que Life Technologies comprou por US$ 725 milhões. Isso fez a Forbes considerar as startups de Rothberg como responsáveis por “uma queda dramática nos custos do sequenciamento de DNA”.

Rothberg não revela em detalhes como o dispositivo vai funcionar ou o que ele vai “olhar”, mas o portal MIT Technology Review revelou que o pedido de patente é para “um scanner do tamanho de um smartphone que ao aproximar do peito de uma pessoa é possível ver uma imagem em 3D, vívida e em movimento, do que está lá dentro”. O autor do projeto acredita que a ferramenta vai “tornar médicos 100 vezes mais eficazes”.

“Os detalhes sairão quando estivermos vendendo-o. E isso será dentro de 18 meses”, prometeu Rothberg, em reportagem da MIT Technology Review de novembro de 2014. Ele diz, ainda, que o aparelho será pequeno, vai custar algumas centenas de dólares, se conectar a um telefone, e ser capaz de fazer coisas como diagnosticar o câncer de mama ou visualizar um feto.

Se os prazos se confirmarem, em meados de 2016 teremos uma revolução em erupção no mercado de imagens médicas mundial, podendo transformar a forma como clínicas e empresas que desenvolvem os tradicionais “devices” de captação de imagens – alguns do tamanho de uma sala ao custo de milhares de dólares – trabalham.

 

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