Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Gestão e Qualidade | 11 de julho de 2014

5 maneiras de pensar o termo “Hospital”

Publicação americana apresenta lista com perguntas que podem ajudar a definir o caminho dos estabelecimentos
5 maneiras de pensar o termo Hospital

A revista americana Trustee, voltada para administradores e diretores de hospitais e sistemas de saúde, listou cinco perguntas que podem ajudar as organizações de saúde a definirem uma trajetória mais assertiva para o seu futuro. A publicação, mesmo que  voltada para o mercado americano – que movimenta bilhões em fusões e aquisições -, pode servir como exercício de reflexão para os envolvidos na formulação e na condução estratégica das organizações hospitalares.

1. Em qual negócio você está?

Para muitas organizações de serviços em saúde, mais de metade das receitas vêm de tratamentos ambulatoriais, clínicas médicas e serviços de imagem. Muitos continuam se enxergando como hospitais, porém são muito mais do que camas para internação e um serviço de emergência. “Quando mais de 50% de sua receita é ambulatorial, você está no negócio de medicina ambulatorial”, diz o estrategista Michael Sachs, presidente da Sg2, uma empresa de análise de mercado em saúde. Como exemplo, Sachs aponta para uma organização com 18 mil internações por ano e 225 mil atendimentos ambulatoriais. “Você está principalmente no negócio das 18 mil internações ou no negócio de cuidados com 225 mil atendimentos?”.

2. Como o sucesso é medido hoje?

Hospitais têm sido tradicionalmente medidos pelo seu número de leitos, total de internações ano a ano e o aumento de receita. Porém estas métricas não se enquadram com a gestão de saúde que a população precisa saber, diz John Bluford, presidente e CEO da Truman Medical Centers em Kansas City, no Missouri. “Quando eu vejo como nós estamos começando a nos definir, pensamos mais em número de exames de mamografias, imunizações e de vacinas contra a gripe, ou ainda, a porcentagem de novas mães que estão amamentando seus filhos naturalmente, na prevenção das infecções e no controle das taxa de reinternação hospitalar. ”

3. Até aonde as fusões e aquisições podem nos levar?

Fazendo paralelos com outros setores altamente regulamentados e de capital intensivo – particularmente a indústria da aviação e o setor bancário – o mercado de saúde, segundo Sachs mostra a tendência de que as aquisições e fusões não irão diminuir. “Cerca de quinze ou dezesseis grandes bancos controlam algo como 80% dos depósitos nos país, e temos basicamente quatro grandes companhias aéreas nos Estados Unidos hoje”, diz ele. “Por isso, vamos continuar vendo a consolidação de novas empresas no mercado de seguros (operadoras de planos) de saúde e na área de provedores, como um fenômeno natural.”

4. Quem lidera o hospital do futuro?

Assim como os médicos estão sendo convidados a desenvolver habilidades administrativas e de liderança para ajudar a projetar um sistema de prestação de cuidados de alto valor, os administradores devem saber mais do que nunca sobre a excelência clínica. “Eu estou na área de prestação de serviços em saúde há 39 anos, e eu nunca entendi a prestação de cuidados da maneira como entendo agora”, diz Barry Ronan, presidente e CEO da Western Maryland Health System. Ele preside o Triple Aim Coordinating Council – composto de médicos, enfermeiros e administradores – que acompanham o progresso das iniciativas de mudança na prestação pré-aguda, aguda e pós-aguda. “De início, vimos que, se uma nova iniciativa não fosse reforçada, em algum momento ela iria começar a cair e, eventualmente, não se completaria, a ponto de um ano mais tarde, ouvirmos: nós não fazemos mais isso,”, diz. “O Triple Aim Coordinating Council ajuda a ter certeza de que temos uma compreensão de como todas as iniciativas estão sendo trabalhadas e, se não estão funcionando, definir o que precisa ser feito para ajustá-las ou, em alguns casos, eliminá-las.”

5. Você está no modo de proteção ou no modo de preparação?

O New Hampshire’s Cheshire Medical e o Center/Dartmouth-Hitchcock Keene, são um hospital e um centro médico que estão fortemente alinhados através de um acordo de operação conjunta no atendimento de pacientes do Medicare (plano de saúde orientado para idosos gerido pelo governo americano) por quase uma década. As receitas de internação hospitalar representam menos de 25% da receita total do sistema hoje, e as receitas de diagnóstico ambulatorial estão caindo. “Quando você para de realizar coisas que não sejam clinicamente indicadas, você poderá evitar desde a admissão, o uso de um medicamento ou uma tomografia computadorizada (TC), desse modo, você está fornecendo uma experiência melhor para o paciente”, diz Art Nichols, presidente e CEO da Cheshire. “Todos estes diagnósticos que são o pão e a manteiga para os hospitais – da TC à Ressonância Magnética – estão diminuindo.” Mas Art Nichols não está reclamando. “Tivemos que cortar custos? Absolutamente”, diz. “Mas não devemos gerir nossos hospitais para proteger o status quo. Eu sinceramente acredito nisso. Devemos estar aqui para salvar, curar, manter nossos pacientes saudáveis ​​e antecipar a próxima mudança que está por vir.”

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