Mundo | 14 de outubro de 2014

Surto de ebola: previsão de 10 mil casos a cada semana

Organização Mundial da Saúde diz que a taxa de mortalidade agora é de 70%
Ebola

Os casos de Ebola ultrapassam as fronteiras da África e preocupam o mundo. A taxa de mortalidade para quem adquire o vírus subiu para 70%, e em até dois meses, poderemos ter até 10 mil novos casos por semana, segundo divulgou a Organização Mundial da Saúde (OMS). O diretor-geral da OMS, Dr. Bruce Aylward, apresentou esta previsão sombria durante uma coletiva de imprensa em Genebra, no dia 14. Anteriormente, a OMS havia estimado a taxa de mortalidade em torno de 50 por cento.

Mais mortes confirmadas

Um funcionário da Organização das Nações Unidas morreu no Hospital St. Georg, em Leipzig, no dia 14 de outubro, aumentando os índices de mortalidade. As autoridades locais de saúde tinham informado que o doente era um médico sudanês que tinha chegado à Alemanha no dia 9, vindo da Libéria. Em comunicado oficial, a Organização informou que “apesar dos nossos melhores esforços e do cuidado médico intensivo, o empregado da ONU, com 56 anos, sucumbiu à séria infecção”.

Segundo a OMS, é inevitável que surjam novos casos de ebola pelo mundo, devido às viagens. No entanto, o risco de haver uma epidemia na Europa ainda é baixo. Mais de 4 mil pessoas contaminadas já morreram a maior parte na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria.

Falha seria motivo de contágio de profissional da Saúde

O primeiro paciente a ser diagnosticado com o vírus nos EUA morreu no dia 8 de outubro, e um dos profissionais que o tratou contraiu o vírus. Thomas Eric Duncan, um liberiano, faleceu no Hospital Presbiteriano do Texas, depois de uma semana internado. Acredita-se que ele tenha sido infectado no país do oeste da África, onde a epidemia já matou mais de três mil pessoas. Ao passar para o estado crítico, foi tratado com um remédio experimental para combater a doença – brincidofovir –, mas não foi possível reverter o quadro. Segundo Thomas Frieden, diretor do Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos EUA, “houve, claramente, uma violação no protocolo”, o que resultou na transmissão da doença.

O exame em uma das profissionais de saúde que atendeu Duncan teve resultado positivo. A investigação foca possíveis violações em dois “procedimentos de alto risco”: a diálise e a colocação de um tubo para facilitar a respiração do infectado. A funcionária (chamada Nina Pham, de 26 anos, de acordo com informações do jornal USA Today) está em isolamento e sua condição é estável. Ela passará por mais exames e, se o diagnóstico for confirmado, será o primeiro caso de contágio dentro dos EUA.

Anteriormente, uma enfermeira espanhola de 40 anos que contraiu ebola mesmo usando roupa protetora, tornou-se o primeiro caso de contágio a ser registrado fora da região do continente africano onde o surto se propagou. Ela era uma das 30 pessoas que atendiam, no Hospital Carlos III, em Madri, dois padres que haviam adoecido enquanto estavam no leste da África. Ambos morreram, entre os meses de agosto e setembro.

Notícias mais recentes das agências europeias indicam que a Espanha tem três novos casos suspeitos de ebola. Dois médicos que atenderam a auxiliar de enfermagem infectada, e uma enfermeira que também tratou um dos missionários que morreram. Ao todo são seis pessoas internadas e 80 casos suspeitos. Em entrevista coletiva, o secretário de Estado americano, John Kerry, convocasse uma entrevista coletiva às pressas para pedir mais atenção dos países em relação à epidemia http://setorsaude.com.br/ebola-pode-atingir-mais-20-mil-pessoas-ate-ser-controlado/, e também para que os países atuem de forma conjunta e “sem precedentes” para combater o vírus.

Trezentos soldados americanos já estão na Libéria erguendo hospitais provisórios, e os EUA pretendem mandar aproximadamente mais três mil militares. O ministro de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Philip Hammond, também anunciou no dia 8 de outubro que o país vai enviar 750 soldados, três helicópteros e um navio para Serra Leoa para ajudar no combate ao surto.

Suspeitas no Brasil

Na última semana, um paciente com suspeita de ter ebola, o que seria o primeiro caso no Brasil, foi descartado pelo Ministério da Saúde. Um homem vindo da Guiné, um dos países afetados pela epidemia, procurou o hospital em Cascavel (PR) após apresentar sintomas de febre. No entanto, exames realizados no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), deram negativo.

Ainda em setembro, a presença de uma paciente nigeriana com sintomas não esclarecidos provocou a interdição parcial de uma ala do Hospital de Caridade de Palmeira das Missões, de acordo com a prefeitura da cidade. Felizmente, a possibilidade da paciente ter sido contaminada acabou sendo descartada por exames clínicos e a instituição voltou à rotina no mesmo dia. No Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde indicou o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) (http://setorsaude.com.br/grupo-hospital-conceicao-se-prepara-para-enfrentar-casos-de-ebola/) como referência para o tratamento de pessoas contaminadas e de casos suspeitos.

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