Estatísticas e Análises | 1 de setembro de 2016

Segurança do paciente: a importância de acompanhamento da dose de gadolínio

American College of Radiology alerta para a falta de um padrão de registros de dosagens
Segurança do paciente a importância de acompanhamento da dose de gadolínio

A manutenção de um registo rigoroso da dosagem de gadolínio do paciente deve ser uma prioridade para departamentos de radiologia e centros de imagem, de acordo com artigo publicado no Journal American College of Radiology, assinado pelo médico Hans-Klaus Goischke.

Os agentes de contraste à base de gadolínio são usados em ressonância magnética e pode causar reações adversas como laringoespasmo e choque anafilático.

Tais agentes são uma forma usual para aperfeiçoar os detalhes de órgãos e tecidos moles durante um exame de ressonância magnética, “e nenhum agente de contraste é tão generalizada ou tão útil como o gadolínio”.

A preocupação com a dosagem de gadolínio tem sido debatida desde que um estudo de 2014 mostrou depósitos significativos em várias regiões do cérebro, mas não há nenhuma evidência sugerindo que esses depósitos de gadolínio alteram a função cerebral.

Goischke, no entanto, desafia a suposição de que a falta de resultados é igual a segurança. “Mesmo que não haja implicações clínicas que possam ser extraídas dos relatos de hiper-intensidades no cérebro, os resultados são preocupantes”, alertou o especialista.

Ele argumenta que “é essencial manter um registro que acompanha cada injeção de gadolínio com uma avaliação de risco e informações relevantes, incluindo a data, a dose, o tipo de formulação e a potência do campo magnético. A documentação detalhada deve ser necessária porque a deposição no tecido neural pode ocorrer com menos de quatro doses e durar a toda vida dos pacientes”.

O artigo lembra o caso de uma paciente de 39 anos com esclerose múltipla, que foi submetida a 21 injeções de gadolínio em vários locais ao longo de 12 anos. Não foram feitos registros de quanto gadolínio ela foi exposta.

As atuais diretrizes do American College of Radiology (ACR) simplesmente aconselham que “a identidade e a dose de agentes de contraste à base de gadolínio usada devem ser registrados após cada administração intravenosa”, mas não fornecem qualquer esquema inter-institucional para o rastreamento das dosagens.

“Produtos como o DoseWatch da GE Healthcare e o Radimetrics da Bayer oferecem rastreamento de contraste, mas eles têm diferentes níveis de integração com os sistemas de ressonância magnética, de modo que uma solução permanente ainda é necessária”, diz o especialista. “A deposição de gadolínio está ocorrendo, e a documentação exata do uso de gadolínio pode melhorar o atendimento para os nossos pacientes”, ponderou Goischke.

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