Gestão e Qualidade, Política | 22 de fevereiro de 2021

Saúde do RS recomenda que hospitais suspendam as cirurgias eletivas não emergenciais até 31 de março

Estado abre novos leitos final de semana e chega a 1.141 unidades
Saúde do RS recomenda que hospitais suspendam as cirurgias eletivas não emergenciais até 31 de março

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul (RS), por meio do Centro de Operação de Emergência Covid-19, publicou hoje (22) um comunicado orientando que os hospitais de todo o Estado suspendam as cirurgias eletivas não emergenciais até 31 de março. Até lá, a recomendação é que a força de trabalho da equipe técnica, a área física e os equipamentos hospitalares sejam disponibilizados na integralidade para atendimentos a pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19. A medida se deve ao aumento no RS de casos e suspeitos com Covid nos últimos dias.

Segundo a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada, Lisiane Wasem Fagundes, neste momento é preciso concentrar os esforços nos atendimentos aos pacientes Covid-19, tendo em vista o crescimento acelerado no número de internações. “Porém, mantendo a coerência e o cuidado às outras doenças que também comprometem a saúde da nossa população”, salientou.

Metas SUS

O documenta informa ainda que foram suspensos os descontos de metas quantitativas e qualitativas de todos os estabelecimentos contratualizados – Valor global prefixado (Média Complexidade e Incentivos Federais) para prestação de serviços ao SUS. Os descontos por descumprimento de metas pendentes (período pré COVID) retornará a partir da competência abril de 2021. As metas deverão ser cumpridas na integralidade a partir da competência abril de 2021.

Ocupação de leitos: 85% no RS

Dados desta segunda-feira (22) de manhã indicam uma lotação de 85% dos leitos de UTI Adulto no Estado, com 1.089 pacientes confirmados no setor e outros 217 com a suspeita ou outro agravo respiratório, além de 985 por outras causas. Outras 2,6 mil pessoas seguem internadas por Covid-19 (confirmada ou suspeita) ou outros problemas respiratórios fora de UTI.

Entende-se por cirurgia eletiva todos os procedimentos possíveis de postergação de agendamento e que não tenham forte possibilidade de causar agravamento da enfermidade a curto prazo em termos de risco de vida e perda de função ou órgãos, que tenham possibilidade de agendamento prévio e que não constituem urgência ou emergência ou que não sejam decorrentes de atendimento a pacientes pós Covid-19. A medida fica sujeita a alteração, podendo as cirurgias eletivas serem retomadas a qualquer momento, a partir da reavaliação dos casos suspeitos e confirmados pelo coronavírus.

São considerados inadiáveis os seguintes procedimentos:

– Atendimentos às gestantes bem como aos recém-nascidos e puérperas

– Acompanhamentos pós-cirúrgicos para todos os tipos de cirurgias já realizadas (mesmo as eletivas)

– Atendimentos na especialidade de oncologia, cardiologia e neurologia contemplando toda a linha de cuidado (da 1ª consulta até a alta do paciente)

– Atendimentos pediátricos

– Atendimentos de trauma


Acesse o posicionamento do Centro de Operação de Emergência Covid-19


 RS chega a 1.141 leitos

A SES/RS entregou, no final de semana, respiradores, monitores e camas para três hospitais gaúchos. O material entregue servirá para equipar e permitir a abertura de 35 novos leitos em Canoas, Sapucaia do Sul e Tramandaí. Com esse reforço, o número de leitos abertos pelo RS passa para 1.141.

“A abertura destes leitos nesse momento, que é o mais crítico da pandemia, é uma ação importante para atender a população, mas é fundamental que as pessoas mantenham os cuidados, pois a capacidade hospitalar está no limite”, alertou Lisiane Wasem Fagundes.

Dos 35 leitos equipados, 15 já começaram a operar no próprio final de semana  – 10 no Hospital Municipal Getúlio Vargas, em Sapucaia do Sul, e cinco no Hospital de Tramandaí. Outros 20 serão abertos nesta segunda-feira (22/2) no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Canoas.

“Passamos todo o final de semana fazendo contatos com hospitais para verificar a possibilidade de ampliar a rede. Outros leitos devem ser abertos durante a semana, mas é necessário que a população se proteja, porque o vírus é letal”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

No final de semana, foram entregues também cinco respiradores e cinco monitores para retaguarda de pacientes na emergência do Hospital São Camilo, de Esteio.

Ainda nesta segunda-feira, serão entregues mais 10 leitos UTI no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, e serão reabertos outros 10 no Hospital Berço Farroupilha, em Guaíba. Também serão entregues sete respiradores para suporte de emergência ao Hospital Bruno Born, em Lajeado, e enviados respiradores, monitores e camas para reabrir, na quarta (24/2), outros 10 leitos no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo.

“O vírus não dá trégua. Enquanto não tivermos mais compromisso individual e coletivo para evitarmos aglomerações, a transmissão continua muito acelerada. Vivemos um momento crítico, muito preocupante, talvez o pior momento desde o início da pandemia, há quase um ano”, reforçou Arita.



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