Mais comum em homens, câncer de rim pode ser evitado com estilo de vida saudável
“Não significa necessariamente que a pessoa com hábitos saudáveis não desenvolverá a doença e que não poderá um dia morrer por ela, mas a probabilidade é exponencialmente reduzida", destaca o cirurgião oncológico Alex Schwengber, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica na Regional RSEm todo o mundo, os tumores renais malignos acometem 431,3 mil pessoas, segundo o levantamento Globocan 2020, do IARC (International Agency for Research on Cancer), braço de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são mais de 6 mil casos anuais no país. São números que fazem desta doença a 9ª principal causa de câncer no sexo masculino. E os alvos mais comuns são os homens, que respondem por 63% dos casos. Nesta estatística, está o jornalista e escrito David Coimbra, cuja morte, aos 60 anos, foi anunciada na sexta-feira (27). Coimbra atuou em veículos como Diário Catarinense, Correio do Povo, RBS TV e integrava a equipe do Sala de Redação, na Rádio Gaúcha.
Os principais fatores de risco associados com o surgimento de câncer de rim são doenças e hábitos potencialmente modificáveis, comuns na população ocidental, como a obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão. São características que fazem desta doença uma causa de morte evitável.
“Não significa necessariamente que a pessoa com hábitos saudáveis não desenvolverá a doença e que não poderá um dia morrer por ela, mas a probabilidade é exponencialmente reduzida. Os hábitos que previnem o câncer de rim são a adoção de dieta equilibrada, rica em vegetais e sem excessos de carnes vermelhas e gorduras animais, assim como a cessação do tabagismo, controle de peso e a inclusão da atividade física na rotina diária como medida de redução das taxas de obesidade”, destaca o cirurgião oncológico Alex Schwengber, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica na Regional Rio Grande do Sul (SBCO-RS).
Diagnóstico precoce
Além da prevenção primária (evitar os fatores de risco), também é importante adotar medidas de prevenção secundária (diagnóstico precoce). De acordo com o levantamento SEER de estimativas de câncer para 2022, da American Cancer Society, em média 75,6% dos pacientes norte-americanos vivem ao menos cinco anos após o tratamento. Quando o tumor está restrito ao rim a taxa de sobrevida em cinco anos sobe para 92,7%. Quando a doença se espalhou pelos linfonodos a taxa cai para 71% e, em casos de metástase à distância (para outros órgãos) a sobrevida no período cai exponencialmente para 13%.
O tratamento do câncer de rim, para os casos iniciais, costuma ser a remoção do órgão por cirurgia. Se o câncer se espalhou para além do rim, tratamentos adicionais podem ser recomendados, incluindo radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia. Dentre as abordagens disponíveis no Brasil para câncer renal metastático estão a combinação de ipilimumabe e nivolumabe e o uso isolado de cabozantinibe. Há também a indicação de maleato para os tratamentos de pacientes com carcinoma renal de células claras com alto risco de recidiva após a cirurgia.
Alertas importantes
Embora não haja um método de rastreamento populacional para diagnóstico precoce de câncer de rim é importante estar atento aos sintomas que, embora inespecíficos (podendo ser confundidos com os de outras doenças), são importantes alertas: sangue na urina, dor lombar de um lado, massa (caroço) na lateral ou na parte inferior das costas, fadiga, perda de apetite, perda de peso, febre e anemia.
Informações SBCO-RS. Edição SS.