HCPA inova no tratamento de tumores cerebrais
Nova técnica agiliza tratamento de tumores cerebraisGünther Alex Schneider, médico radioterapeuta do HCPA
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) está oferecendo uma nova técnica capaz de produzir menores efeitos colaterais nos tratamentos de tumores cerebrais. A Radioterapia Estereotáxica Fracionada, é conhecida pela preservação máxima dos órgãos e tecidos sadios próximos à área doente, devido a sua precisão milimétrica. “Alguns tumores se desenvolvem em áreas do corpo em que existem tecidos muito sensíveis à irradiação. Esses tecidos não toleram as doses necessárias para a destruição do tumor. Uma forma de proteger o paciente dos danos colaterais do tratamento é através do fracionamento da dose em várias doses diárias menores, utilizando a técnica da estereotaxia para manter a precisão todos os dias”, explica o médico radioterapeuta do HCPA, Günther Alex Schneider (foto).
Um dos equipamentos médicos mais modernos do país e um dos poucos presentes no Rio Grande do Sul, a Radioterapia Estereotáxica Fracionada pode dar maior celeridade aos tratamentos de tumores cerebrais, facilitando o diagnóstico de mais pacientes. Além disso, a técnica ainda é capaz de prevenir o surgimento de novos tumores na região afetada, conforme Schneider. “A radiação ionizante é causa conhecida de câncer e com a radiação utilizada em radioterapia não é diferente. Teoricamente, sendo a área irradiada pela técnica de Estereotaxia menor, pode ser possível que seu uso se traduza, com o tempo, em menor índice de cânceres secundários ao tratamento.”
Para lidar com o equipamento foi preciso que os físicos médicos realizassem treinamento em Berlim, na Alemanha. A técnica consiste na utilização de um Micro Colimador Multilâminas (mMLC) acoplado ao acelerador linear Varian 23 EX, que já vinha sendo utilizado em tratamentos radioterápicos no HCPA. Associados a eles, softwares modernos fazem o mapeamento da anatomia do paciente e oferecem a visualização das fibras do sistema nervoso central que correlacionam às áreas do cérebro. “Para o Hospital de Clínicas, para o serviço de radioterapia e para a comunidade, essa é mais uma evolução tecnológica que se soma às muitas já conquistadas nesses 11 anos de funcionamento da especialidade nesse hospital e que sempre trazem novas esperanças ao paciente e mais qualificação técnica aos integrantes da equipe profissional”, conclui o radioterapeuta.
Equipe de Radioterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
FOTOS: Clóvis de Souza Prates (Assessoria de Comunicação HCPA)