Gestão e Qualidade | 5 de março de 2013

FEHOSUL participa de evento sobre o novo padrão TISS

Mudanças deverão ser feitas até o dia 30 de novembro
FEHOSUL participa de evento sobre o novo padrão TISS

O Diretor Executivo da FEHOSUL, Dr. Flávio Borges, e o presidente da Sociedade dos Auditores em Saúde (SAUDS), Dr. Eduardo Lopes, participaram na última sexta-feira, 1º de março, de encontro visando esclarecimentos para implantação do padrão 3.0 da TISS. O evento, promovido pela Federação Brasileira dos Hospitais (FBH) e Associação dos Hospitais do Estado de São Paulo (AHESP), foi realizada no Hospital Santa Catarina, na capital paulista.

A atualização do TISS para a versão 3.0 foi determinada pela Resolução Normativa (RN) 305, publicada em novembro do ano passado e deverá ser adotada por todas as operadoras de saúde e prestadores até novembro deste ano. Entre as principais mudanças está a interoperabilidade entre os dois agentes envolvidos no processo. Com a mudança o novo padrão possibilitará o total acompanhamento da relação entre prestadores e planos de saúde pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Segundo a Coordenadora de Estrutura de Dados e Terminologia da ANS, Celina de Oliveira, as mudanças irão padronizar as ações das operadoras e dos prestadores de saúde, subsidiar as ações da ANS para avaliação e acompanhamento econômico, financeiro e assistencial das operadoras, além de criar o registro de informações do paciente. Além disso, se o beneficiário solicitar qualquer dado, ele deverá ser atendido, a qualquer momento, sem ônus.

Para o representante da ABRAMGE, Dr. Luiz Antonio de Biase, a versão 3.0 da TISS deverá ser reescrita, pois ela não é uma adaptação das versões anteriores. Totalmente a favor da interoperabilidade do sistema entre as operadoras e os prestadores de serviços, Biase defende que a plataforma utilizada na implantação seja o web service, por ser mais rápida que o formato portal, e sem interferência humana, além de ser uma tendência mundial em outras áreas.

A preocupação do representante da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), Dr. Murilo Moreira, é quanto ao impacto financeiro que a implantação da nova versão da TISS terá, principalmente, aos prestadores de serviços. Segundo dados apresentados no evento, hospitais de São Paulo que já solicitaram orçamentos para fazer o upgrade nos seus respectivos sistemas receberam propostas das empresas de TI que variam entre R$ 40 mil e R$ 700 mil.

Para Moreira, a mudança é fundamental para deixar a era do papel para trás e acompanhar a evolução que ocorreu em todo o mundo com a troca de informações por meio eletrônico. Além de ser mais ágil, é mais fidedigno, as demonstrações de pagamento são mais claras, há a padronização das terminologias, porém, é preciso saber se todos – prestadores e operadoras – irão acompanhar o mesmo ritmo, uma vez que cada empresa tem a sua velocidade.

Outra questão levantada pelo representante da Anahp é sobre as terminologias. Com a nova versão da TISS, a utilização da Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS), será muito mais ampla. A tabela conta agora com cerca de 100 mil itens acordados pelos integrantes do Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (Copiss), responsável pelas mudanças na TISS. Para Moreira, com a utilização da TUSS, toda terminologia de hospital deverá ser adaptada para o modelo da ANS. E, segundo a Anahp, isso implica, também, em cerca de 100 mil itens.

Um alerta feito pela agência ao final do evento, e que ainda deve ser debatido mais profundamente, é a possibilidade da ANS incluir nos contratos futuros entre prestadores de serviços e operadoras uma cláusula que preveja a obrigatoriedade do uso do novo padrão TISS por ambos os agentes, pois não há mais espaço para omissão.

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