Estatísticas e Análises, Mundo | 25 de fevereiro de 2015

Dois em cada três fumantes morrerá por causa do cigarro

Estudo australiano analisou dados de 200 mil pessoas
Dois em cada três fumantes morrerá por causa do cigarro

Um amplo estudo feito pela Universidade Nacional da Austrália, com mais de 200 mil pessoas, confirmou que dois a cada três fumantes morrerão de doenças relacionadas ao cigarro, caso continuem fumando. O trabalho foi publicado na revista científica BMC Medicine.

A pesquisa é a primeira evidência científica independente (não ligada a associações militantes) com uma abrangente amostra populacional a fornecer dados que confirmam que a taxa de mortalidade ligada ao tabagismo chega a dois terços.

O resultado englobou quatro anos de análise das informações sobre a saúde de mais de 200 mil pessoas que participaram do estudo “45 and Up”, do Instituto Sax, da Austrália, considerada a maior pesquisa sobre saúde e envelhecimento realizada no Hemisfério Sul.

A coordenadora do estudo, Emily Banks, frisou que os malefícios do cigarro não são uma novidade, “mas agora temos uma prova direta e independente que confirma as preocupantes descobertas que têm surgido internacionalmente”. A pesquisadora ressalta que o estudo mostrou também que os fumantes têm um risco três vezes maior de morte prematura. Além disso, os fumantes morrerão, em média, cerca de 10 anos antes dos não-fumantes.

O estudo também mostra que, até recentemente, estimava-se que metade dos fumantes morreriam por causa do cigarro, mas um estudo da Sociedade Americana de Câncer feito com voluntários já indicava que a morte pelo cigarro poderia atingir até 67% dos fumantes. “Conseguimos mostrar exatamente o mesmo resultado com uma amostra populacional muito maior”, destacou Banks.

A pesquisa também apontou que, em comparação aos não-fumantes, quem fuma 10 cigarros por dia dobra o risco de morte, enquanto quem fuma um maço por dia aumenta o risco de quatro a cinco vezes. A pesquisa teve colaboração do Conselho do Câncer de New South Wales (Austrália). O presidente da instituição, Kerry Doyle, afirmou que “os preços mais altos do cigarro têm se mostrado a intervenção mais eficaz disponível para todos os governos que queiram reduzir a demanda de tabaco. Como o tabagismo é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, incluindo enfarte, derrame e doença vascular periférica, quanto mais fatores de dissuasão as pessoas tiverem entre elas e o cigarro, melhor”, ponderou.

VEJA TAMBÉM