Geral | 9 de setembro de 2014

Dia Nacional e Latino-Americano de Epilepsia

Doença atinge cerca de 70 milhões de pessoas, 1% da população mundial
dia da eplepsia

O Dia Nacional e Latino-Americano de Epilepsia é celebrado em 9 de setembro. A data visa desmitificar a doença e contribuir para uma melhora na qualidade de vida de pacientes e suas famílias.

O pintor Vincent van Gogh, os compositores Beethoven e Tchaikowsky e o escritor Machado de Assis são algumas grandes personalidades que sofreram com a epilepsia. Ela se manifesta por um conjunto de sintomas, devido a uma alteração temporária e reversível do cérebro. Não é contagiosa e a crise dura entre três e cinco minutos.

A doença pode estar relacionada a lesões cerebrais, consequência de um traumatismo ou infecções. Excesso de bebidas alcoólicas, consumo de drogas ou outras substâncias tóxicas, doenças infecciosas (como meningite), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), tumores, ou AVCs hemorrágicos ou isquêmicos, entre outros problemas cardiovasculares, também podem ser alguns dos fatores.

Estima-se que 70 milhões de pessoas (1% da população mundial) tenham a doença. No Brasil, a prevalência é o dobro, cerca de 2%, o equivalente a quase quatro milhões de indivíduos. Uma em cada 26 pessoas já foi, é ou será acometida pela epilepsia, sendo que 85% delas não recebem tratamento adequado, de acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia. Quando não tratada, interfere psicológica e socialmente na vida do paciente.

A doença caracteriza-se pela recorrência de crises epilépticas, decorrentes de uma descarga elétrica anormal neuronal. Dependendo da região do cérebro afetada, as manifestações podem variar desde dormência súbita em um lado do corpo, abalos musculares, até alterações emocionais seguidas das manifestações generalizadas mais conhecidas como as convulsões.

A doença é bimodal e pode atingir pessoas de todas as idades, mas a incidência se dá em dois picos: na infância (até os 5 anos) e em pessoas acima dos 60 anos.

Segundo o neurologista e Coordenador do Centro de Epilepsia do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, José Augusto Bragatti, a prevenção da doença está na melhora das condições socioeconômicas. “Partos melhor assistidos, gestação com melhor assistência pré natal e tratamentos precoces de infecções gestacionais são cruciais para evitar a doença. É preciso melhorar o saneamento e o trânsito, principalmente pelo alto número de acidentes envolvendo motociclistas que sofrem traumatismos cranianos”, comenta.

Os avanços tecnológicos conquistados nos últimos anos foram de extrema importância para a identificação da epilepsia. “A neuroimagem permite grandes avanços, mapeamentos de precisão da área do cérebro afetada, ajudando também no tratamento cirúrgico e na genética, onde se identifica uma série de genes para diversos tipos da epilepsia, principalmente na infância”, acrescenta o neurologista. Estudos apontam que 2/3 dos pacientes tratados com medicamentos respondem bem ao tratamento. Nos casos dos que não reagem aos medicamentos, é necessário realizar procedimento cirúrgico.

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