Estatísticas e Análises | 24 de julho de 2017

Depressão se torna comum em sobreviventes de ataque cardíaco

Doença geralmente não é tratada da forma recomendada
Depressão se torna comum em sobreviventes de ataque cardíaco

Uma a cada cinco pessoas hospitalizadas por ataque cardíaco ou dor torácica desenvolve depressão, porcentagem quatro vezes maior do que a taxa da população em geral, de acordo com o estudo da American Heart Association. Enquanto isso, um a cada três sobreviventes de cirurgias cardíacas também sofrem com a doença após a operação, de acordo com o jornal científico Stroke.

Os pacientes com doença cardíaca que se tornam deprimidos têm duas vezes mais chances de morrer na década seguinte que outros pacientes, segundo um estudo não publicado apresentado em março na reunião anual do American College of Cardiology.

A depressão aumentou o risco de morte mais do que qualquer outro fator, superando até mesmo o tabagismo, informa a autora da pesquisa Heidi May, epidemiologista cardiovascular do Medical Center Heart Institute em Salt Lake City, nos Estados Unidos.

Relativamente, poucos pacientes cardíacos morrem pelo suicídio em si. Na maioria das vezes, os sobreviventes deprimidos morrem porque estão menos motivados para continuar o tratamento e tomar a medicação conforme indicado, de acordo com a Dra. Martha Gulati, porta-voz do American College of Cardiology. “As pessoas que sofrem de depressão também são mais propensas a fumar e menos propensas a se exercitar e seguir uma dieta saudável do que aqueles que não estão deprimidos”, disse Gulati.

A American Heart Association recomendou que os cardiologistas examinassem todos os pacientes com ataque cardíaco para identificar uma possível depressão, usando um breve questionário, desde 2008.No entanto, quase uma década depois, relativamente poucos cardiologistas utilizam essa técnica.

No geral, apenas metade de todos os estadunidenses diagnosticados com depressão recebem cuidados, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental. Muitos cardiologistas dizem que não têm tempo nem experiência para lidar com os cuidados de saúde mental.

No Brasil

No Brasil, 5,8% da população sofre de depressão, afetando 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior número de pessoas depressivas da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos.

O transtorno de ansiedade também afeta os brasileiros. De acordo com a OMS, o número de pessoas com o transtorno chegou a 264 milhões em 2015, com um aumento de 14,9% em relação a 2005. A prevalência na população é de 3,6%. É importante observar que muitas pessoas têm tanto depressão quanto transtornos de ansiedade.

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