A agência reguladora dos EUA, FDA (The Food and Drug Administration) proibiu diversos químicos utilizados nos sabonetes antibacterianos. A medida divulgada no dia 3 de setembro alerta para os riscos que os produtos representam para a saúde, além de não serem mais efetivos que os sabonetes tradicionais. A proibição não abrange os produtos desinfetantes para mãos utilizados em hospitais e instituições de saúde.

Segundo o governo dos EUA, a velha combinação de água e sabão é mais eficaz do que os produtos antibacterianos. As autoridades federais proibiram 19 produtos químicos amplamente usados ​​em sabonetes antibacterianos, alegando que os fabricantes não conseguiram demonstrar que eles são seguros e de fato matam os germes.

Entre os ingredientes, estão dois dos mais comuns (triclosan e triclocarban), que danificam o sistema imunológico e são comuns em sabonetes antibacterianos líquidos e em barras. Pesquisas com animais sugerem que esses químicos podem interferir nos níveis hormonais e estimular as bactérias resistentes aos medicamentos.

“Os consumidores podem pensar que os sabonetes antibacterianos são mais efetivos para evitar os germes, mas não existe evidência científica de que sejam melhores que água e sabão comum”, afirmou Janet Woodcok, diretora da divisão de drogas da FDA.

A especialista reitera que dados indicam que os ingredientes antibacterianos podem fazer mais mal do que bem no longo prazo. “Lavar as mãos com água e sabão é um dos passos mais importantes que um consumidor pode tomar para evitar contrair uma doença e prevenir a transmissão de germes a outras pessoas”, resume o comunicado da FDA.

Os fabricantes têm um ano para cumprir as novas regras e alguns estão prontos para retirar de seus produtos os ingredientes em questão. O FDA disse que permitirá que as empresas tenham mais tempo para fornecer dados relacionados a três outros produtos químicos, que ainda estão na maioria dos produtos vendidos atualmente.

O American Cleaning Institute (Instituto Americano de Limpeza, em tradução livre) contestou as declarações da FDA, dizendo em um comunicado que a FDA já tem em mãos dados que mostram a segurança e a eficácia de sabonetes antibacterianos. “Os sabonetes antibacterianos são chave para a saúde devido à importância das mãos limpas na prevenção de infecções”, disse o ACI em um comunicado.

Por sua vez, o Environmental Working Group (EWG – Grupo de Trabalho Ambiental em tradução livre) elogiou a proibição. “Esta decisão da FDA é uma importante vitória para a saúde humana e o meio ambiente”, comemorou Ken Cook, cofundador e presidente do grupo, que há uma década lutava por essa proibição.