Gestão e Qualidade | 21 de março de 2023

Simulação de incêndio com 41 vítimas em hospital mobiliza forças da saúde e segurança em Porto Alegre

Mais de 100 pessoas participaram do exercício, organizado pelo SINDIHOSPA e realizado no Hospital Moinhos de Vento, para avaliar resposta da capital a possíveis desastres
Simulação de incêndio com 41 vítimas em hospital mobiliza forças da saúde e segurança em Porto Alegre

Um incêndio em um grande hospital de Porto Alegre deixa 41 vítimas, entre mortos e feridos. Pacientes são deslocados para outras unidades de saúde, enquanto o combate às chamas envolve uma enorme operação do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, Defesa Civil, forças de segurança e sistema hospitalar — e até um helicóptero do Batalhão de Aviação da Brigada Militar foi utilizado. Felizmente, não foi um evento real: foi uma simulação pensada justamente para preparar e testar a reação da cidade caso um desastre dessa magnitude aconteça.

Esse foi o roteiro de um simulado de desastre ocorrido neste domingo (19), em Porto Alegre. A operação, organizada pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), envolveu mais de 100 pessoas na representação de um incêndio no Hospital Moinhos de Vento. Foi a terceira iniciativa realizada pela entidade, num trabalho que vinha sendo planejado desde o ano passado e se estendeu ao longo de várias horas.


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Na atividade, foi simulado um incêndio no bloco 15 do Moinhos, que afetou os quatro andares da edificação e gerou uma grande quantidade de fumaça. Alunos do curso de Enfermagem da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e da Liga Acadêmica de Urgência e Emergência da Faculdade Factum representaram as dezenas de vítimas, enquanto estudantes da UFRGS foram as “sombras”, acompanhando o processo e verificando a agilidade de cada etapa.

O atendimento começou no próprio hospital, com o deslocamento dos pacientes para outras instituições da rede da capital, com atuação do SAMU e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil também participaram do evento, reproduzindo o combate ao fogo e rescaldo dos danos, enquanto o Instituto Geral de Perícias lidou com as fatalidades.

Simulação de incêndio com 41 vítimas em hospital mobiliza forças da saúde e segurança em Porto Alegre-

“Porto Alegre tem uma rede de saúde ampla, de alta qualidade e, sobretudo, solidária, como já mostrou em outras situações parecidas, mas de menor magnitude. Com simulações como essa, reforçamos a capacidade dos setores de saúde e segurança para responder à altura a eventos semelhantes, evitando a perda de muitas vidas”, enfatiza o presidente do SINDIHOSPA, Henri Siegert Chazan.

Na avaliação do comandante do 1º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel Marcelo Carvalho Soares, todo evento simulado é extremamente importante pela forma como ele prepara as equipes. “Não é somente aferir, mas até mesmo mudar procedimentos, comportamento das guarnições e fazer com que tenhamos uma condição mais próxima da realidade”, esclareceu.

Longa preparação

A preparação para o simulado deste domingo começou em 2022, com mais de uma centena de profissionais do Sindicato, Hospital Moinhos e forças da saúde e segurança, para que tudo ocorresse, dentro do possível, como um desastre real. Os bombeiros foram deslocados para agir como se um incêndio estivesse acontecendo. Ambulâncias do SAMU e das empresas Transul, Ecco Salva, Unimed e SulVida levaram as “vítimas” para atendimento em oito hospitais: Clínicas, Mãe de Deus, Cristo Redentor, Divina Providência, Independência, Ernesto Dornelles, São Lucas da PUCRS e Santa Casa, além do próprio Moinhos. Os estudantes receberam ainda maquiagem para representar ferimentos causados pelo fogo e fumaça.

Ao longo do dia, um trecho da rua Doutor Vale também foi bloqueado para garantir a execução dos trabalhos — e os vizinhos da região foram previamente alertados, para não se assustarem com a movimentação. A operação não afetou o funcionamento do Hospital Moinhos, que atendeu normalmente os pacientes internados e, também, no serviço de Emergência.


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Os resultados do simulado serão compilados em relatórios, a partir dos quais os órgãos e instituições envolvidas poderão avaliar a performance da resposta e propor melhorias que sejam necessárias no atendimento — a cidade conta com a Comissão Permanente de Atuação em Emergência (COPAE), que reúne toda a rede de pronta resposta para esses eventos.

“Com esse trabalho integrado contribuímos para que a nossa capital esteja preparada para enfrentar situações de calamidade ou emergências. A união de diferentes órgãos da sociedade é essencial para a manutenção do funcionamento do sistema de saúde em situações reais. Cuidar das pessoas é o nosso propósito”, afirma Vania Röhsig, superintendente Assistencial e de Educação do Hospital Moinhos de Vento.

Histórico

Este foi o terceiro simulado de desastre realizado pelo SINDIHOSPA na capital gaúcha. A primeira edição ocorreu em 2016, reproduzindo uma colisão entre carro e ônibus na avenida Ipiranga, em frente à Federação Gaúcha de Futebol. Mais de 100 pessoas participaram da ação, que teve 34 “vítimas”.

Já em 2018, ocorreu mais uma simulação, dessa vez testando a reação ao desabamento do teto de um auditório lotado no Senac Saúde, no bairro Passo D’Areia. O exercício contou com 200 envolvidos, sendo 65 pessoas “feridas” e um “óbito”.

Fotos: Leonardo Lenskij. Vídeos: Edivan Rosa e Maicon Hinrichsen

 



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