Gestão e Qualidade | 15 de setembro de 2015

6 dicas para tornar o atendimento primário mais seguro

Especialista norte-americana indica maneiras de aprimorar a assistência
6 dicas para tornar o atendimento primário mais seguro

Embora os riscos relacionados à segurança do paciente no ambiente hospitalar sejam conhecidos, pode ser fácil negligenciar os riscos de danos no atendimento primário. Em um artigo do portal do Institute for Healthcare Improvement (IHI), a diretora de Segurança do Paciente do IHI, Jennifer Lenoci-Edwards, analisa a diferença no entendimento em relação à “segurança” dentro de uma instituição hospitalar e na atenção primária.

Antes de iniciar o seu trabalho como diretora da IHI na área de segurança do paciente, Lenoci-Edwards passou um ano trabalhando com equipes de atendimento primário, implementando a cultura do tratamento centrado no paciente.“Com meu conhecimento sobre o que significa segurança no ambiente hospitalar, eu estava determinada a incorporar a prevenção de danos em todos os setores. Nos primeiros meses, sempre questionei cada equipe de cuidados primários, e sempre ouvi a mesma resposta: ‘Que tipos de eventos de segurança ou danos ocorreram em sua unidade?; Nós não tivemos um evento de segurança nos últimos meses. Ninguém caiu e não temos administrado o medicamento errado. Somos uma equipe muito segura”, revelou.

Porém, “depois de seis meses no cargo, eu percebi uma coisa importante: segurança não significa a mesma coisa na atenção primária e em hospitais”, ela ressalta, salientando que as instituições voltadas ao atendimento primário não possuem um sistema de rastreamento de riscos eficiente. “A maioria dos profissionais de saúde poderiam facilmente dar exemplos de eventos de falhas em hospitais, como cirurgias no local errado, medicação trocada, quedas e úlceras. Listar os tipos de danos que acontecem no atendimento primário, por outro lado, pode ser mais difícil porque são mais sutis e camuflados nas rotinas diárias. Exemplos incluem diagnóstico tardio devido à má gestão de exames ou encaminhamentos, ou tratamentos ou diagnósticos que não seguem protocolos baseados em evidências”.

Compreender plenamente as necessidades do paciente e os desafios para aprimorar o atendimento é fundamental. “Às vezes, os resultados dos danos não intencionais aos pacientes na atenção básica, não aparece durante anos, mas isso não torna esta questão menos urgente”.

Conheça as seis dicas da especialista para tornar mais seguro o atendimento primário:

1. Melhore o acesso:

·   Os pacientes doentes conseguem ser atendidos, na sua unidade de atendimento primário, em tempo hábil?

·   O estabelecimento está fornecendo cuidados que evitam internações hospitalares evitáveis ​​ou reinternações?

2. Feche o ciclo dos resultados de exames:

·   A sua equipe sabe se todos os pacientes encaminhados para exames urgentes, concluíram os exames?

·   Os resultados dos exames urgentes são analisados em tempo hábil?

·   Os profissionais transmitem claramente os resultados dos testes, e o que eles significam, para seus pacientes?

·   É usada a medicina baseada em evidências para decidir se é preciso ou não fazer mais testes?

3. Acompanhamento:

·   Será que os pacientes são corretamente encaminhados para o atendimento em casos de urgência?

·   Você obtém informações sobre os pacientes através dos especialistas a quem você faz referências e, em seguida, faz uma revisão dos dados?

·   Você se comunica com seus pacientes sobre as recomendações dos especialistas?

4. Construa sistemas de Back up:

·   A instituição tem um bom sistema de back up para acompanhar os exames e encaminhamentos quando um médico está de férias ou de licença?

5. Barreiras sociais para a segurança:

·   As equipes avaliam os fatores sociais que poderiam levar a eventos indesejados que prejudicam a segurança do paciente? Por exemplo, você explica as condições e os medicamentos dos doentes em linguagem fácil para eles entenderem?

·   Vocês oferecem suporte adequado e competente para pacientes com dificuldades em se comunicar (como um estrangeiro, por exemplo)?

·   Sabe se os seus pacientes podem pagar os medicamentos que prescrevem?

6. Melhore a cultura do local de trabalho: Uma cultura de trabalho falha contribui para danos ao paciente, e a satisfação no local de trabalho é a chave para envolver as equipes, gerando o melhor atendimento para os pacientes.

·   Os membros da equipe se sentem respeitados?

·   A equipe se sente reconhecida pelo trabalho árduo?

·   Se houver uma falha de segurança, a sua prática proporciona um ambiente seguro que incentiva os membros da equipe a relatar os erros para os gestores?

·   Você tem uma cultura justa, focada na melhoria do sistema e não na culpa individual?

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