Telemedicina facilita acompanhamento de pacientes oncológicos idosos
Serviço é oferecido pela Oncoclínicas em Porto Alegre para apoiar na rotina de cuidados.Um estudo apresentado no Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) testou a eficácia de um programa de avaliação geriátrica via telessaúde, integrada a intervenções psicossociais, para pessoas a partir de 65 anos com doença metastática, demonstrando benefícios significativos no enfrentamento do diagnóstico. A telemedicina, considerada ideal para pacientes com dificuldade de deslocamento, seja por debilidade física ou por distância, permite uma avaliação clínica para manejo de sintomas e orientações sobre cuidados durante o acompanhamento oncológico.
O oncologista Pedro Liedke, da Oncoclínicas Porto Alegre (Grupo Oncoclínicas&Co), lembra que essa modalidade oferecida na capital gaúcha foi a principal forma de assistência durante o período da pandemia e agora está voltando, embora ainda represente pouco mais de 2% do total de consultas. “Há espaço para retomada, pois também pode ser utilizada visando à melhora da qualidade de vida e da aderência aos tratamentos”. Outra vantagem é que pode servir para discutir com o paciente e familiares os resultados de exames. No entanto, ele ressalta que esse sistema não substitui as avaliações presenciais sempre que o médico considerar necessário.
O especialista explica que as consultas de telemedicina são comumente adotadas quando a pessoa se encontra em situação clínica estável, geralmente em acompanhamento de longo prazo e em uso de terapia oral que não necessita ser retirada no centro de oncologia. Para garantir sigilo e segurança para médicos e pacientes, a Oncoclínicas utiliza uma plataforma própria, a OC Telemedicina, na qual o atendimento é feito com amparo da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Estudo sobre a eficácia da telemedicina
Durante o ASCO deste ano, em Chicago (EUA), houve uma apresentação oral da análise liderada por Cristiane Bergerot, líder nacional da especialidade equipe multidisciplinar da Oncoclínicas, sobre os benefícios deste formato de assistência. O trabalho “Qualidade de vida de pacientes idosos com câncer metastático no Brasil: Uma intervenção de avaliação geriátrica e cuidados de apoio baseada em telemedicina” testou a eficácia da telessaúde, integrada a mediações psicossociais, para pessoas a partir de 65 anos. “Nesse estudo, demonstramos que este programa melhora a função física do paciente, reduz sintomas depressivos, melhora a qualidade de vida, e auxilia no enfrentamento do diagnóstico, tratamento e prognóstico”, explicou.
“O envelhecimento da população está diretamente ligado ao aumento no número de casos de câncer, e muitas vezes esses indivíduos chegam a um estágio que requer uma assistência integrada e focada nas reais necessidades”, afirmou Cristiane ao anunciar que será iniciado outro estudo, de fase 3, para avaliar a eficácia desse programa para pessoas desta mesma faixa etária que estão prestes a iniciar o tratamento oncológico. “É fundamental entender como aprimorar a qualidade de vida e o enfrentamento da doença para proporcionar melhores resultados”, explica.
Segundo a especialista, a pesquisa comprova que, com medidas simples, é possível contribuir amplamente para a melhoria do prognóstico geral dos pacientes, resultando em impactos positivos na redução dos custos totais gerados pela doença para os sistemas de saúde público e privado.
Preparativos para a teleconsulta
– Verifique a bateria do seu dispositivo: o computador, celular ou tablet deve estar bem carregado para garantir que a consulta ocorra tranquilamente e sem interrupções;
– Conecte-se com antecedência: para evitar contratempos, tente acessar a plataforma OC Telemedicina alguns minutos antes e aguarde o médico na sala de espera;
– Peça ajuda ao concierge: caso enfrente alguma dificuldade ou problema para acessar a plataforma ou se conectar, comunique a situação ao concierge da unidade;
– Evite distrações: a qualidade da consulta também depende de concentração. Busque um local calmo e sem barulhos para evitar ruídos na comunicação com o médico.