Estatísticas e Análises | 18 de novembro de 2014

Secretaria Municipal de Saúde rechaça epidemia de meningite

Temor de surto faz população correr atrás de vacinas na Capital
Alerta Epidemiológico

No dia 17 de novembro a Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis (EVDT) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre emitiu comunicado de alerta sobre as suspeitas de epidemia de meningite. Nas últimas semanas a população da Capital gaúcha tem procurado em massa, postos de saúde em busca de medicamentos.

No comunicado, a EVDT diz que “está ocorrendo, desde julho de 2014, um aumento dos casos de meningite Meningocócica pelo sorogrupo C. Até 2/10/2014 foram confirmados 17 casos de meningite meningocócica e 4 ao óbito (letalidade de 23%) e, destes, 10 foram identificados como do sorogrupo C. Neste ano se observa ainda que, na sua maioria, foram acometidas pessoas na faixa etária maior de 15 anos (59% dos casos)”.

A Secretaria recomenda que pessoas que apresentarem quadro de febre, acompanhado de cefaleia, vômitos, rigidez na nuca, alteração do sensório, petéquias e/ou sufusões hemorrágicas deve ser considerado suspeito.

O médico Benjamin Roitman, coordenador da Equipe de Doenças Transmissíveis da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), garantiu em entrevista no dia 13 de novembro ao jornal Zero Hora, que Porto Alegre não vive um surto ou epidemia da doença.

“Não existe um surto da doença. Todo ano temos casos de meningite e os de 2014 não são motivos para pânico. Infelizmente é uma doença que se acomete e pode pegar pessoas de diversas idades. A fatalidade é em torno de 20% e cresceu um pouco nos últimos anos. A letalidade chegou a quase 30% esse ano”, comentou Roitman. Para que ocorra um surto, de acordo com o especialista, é preciso uma elevação de 50% dos casos. Persistindo a alta, tem-se uma epidemia.

A prefeitura da Capital ressalta que casos confirmados em 2014 estão dentro da estatística normal. Mesmo assim, o temor de um surto fez com que a procura por vacinas aumentasse vertiginosamente na segunda quinzena de novembro, fazendo com que algumas clínicas tenham esgotado os estoques dos medicamentos.

Nos postos de saúde, os bebês podem receber a vacina meningocócica C de forma gratuita. Já os adultos precisam procurar instituições particulares. Em clínicas que oferecem a vacina quadrivalente (que protege contra as meningites A, C, Y e W), a busca tem sido intensa e as doses se esgotam diariamente. O preço de cada dose pode chegar a R$ 285.

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul alerta que houve uma mudança na faixa etária do meningococo tipo C, acometendo mais adultos. O Comitê de Infectologia da entidade destaca a importância de seguir as novas recomendações das vacinas meningocócicas: meningo C aos três e cinco meses e dose de reforço a partir de um ano. São recomendadas doses posteriores da vacina ACYM a cada cinco anos, até o final da adolescência.

O problema se dá entre crianças um pouco mais velhas que não fizeram a vacina. A cobertura vacinal não é ideal, pois é de apenas 75 a 78%. Em média acontecem, no RS, 20 casos por ano.

A meningite é uma doença grave e o acometimento é geral. Causa rigidez na nuca, febre, dor de cabeça, vômito e podem aparecer pontos vermelhos na pele, além de pequenos sangramentos. Em crianças maiores, normalmente apresenta rigidez de nuca e moleira cheia.

Quando é meningite viral, o paciente vai se curar e não há necessidade de internações. É um quadro benigno que exige apenas isolamento. Já a meningite bacteriana é muito mais grave e tem potencial e exige internação, mas tem cura e tratamento. O contato com a doença se dá através das vias respiratórias. Embora sejam casos raros, uma pessoa que já tenha sido contagiada pela doença, pode contrair novamente.

 

Alerta Epi-SMS.poa

VEJA TAMBÉM