A visão é considerada a janela para o mundo, sendo a principal fonte de aprendizado na primeira infância e o sentido que as pessoas mais temem perder, conforme mostra a pesquisa realizada pelo grupo farmacêutico suíço Novartis.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 50% da população mundial deverá sofrer com a miopia até 2050. Hoje, a entidade projeta que cerca de 285 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo de prejuízo visual, com 60% a 80% dos casos sendo potencialmente evitáveis com tratamento adequado. No Brasil, cerca de 35 milhões de pessoas têm algum grau de dificuldade visual. Para marcar o Dia Mundial da Visão, celebrado em 10 de outubro, especialistas buscam conscientizar a população em relação a importância dos cuidados com os olhos.

Os dados relacionados à prevenção de doenças oftalmológicas são preocupantes – a farmacêutica Alcon, em pesquisa apoiada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), aponta que 34% da população brasileira adulta nunca foi ao oftalmologista. Na opinião de Juliana Marcon, oftalmologista do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, a visita a um especialista é recomendada para prevenir e atualizar sobre possíveis riscos.

“Estudos da OMS apontam que, a cada 5 segundos, um adulto perde a visão no mundo. Como muitas doenças podem ser evitadas ou são passíveis de melhora com tratamento, é fundamental focar na prevenção através de consultas regulares, que identificam precocemente situações de risco à saúde ocular. Temos um índice surpreendentemente elevado de pessoas que nunca visitaram um oftalmologista, e é nosso papel difundir informações que contribuam para a redução desse número”, explica Juliana Marcon.

Em 2024, a campanha global destaca a importância dos cuidados oculares para os jovens. Com o título “Dia Mundial da Visão 2024: um megafone para a saúde ocular infantil”, o objetivo é chamar a atenção das crianças sobre prevenção e atenção nas questões oftalmológicas, assim como da necessidade de usar tratamentos corretivos, como óculos ou tampões oclusores sem qualquer estigma ou preconceito.

“A triagem infantil de graus elevados, estrabismo, ceratocone, catarata ou glaucoma congênitos, retinopatia diabética, entre outros exemplos, é essencial para a instituição precoce do tratamento, que literalmente pode mudar a trajetória de muitas vidas. A primeira avaliação acontece ainda no berçário, com o “Teste do Olhinho”, sendo sugerido acompanhamento semestral ou anual conforme cada caso”,  completa.