O objetivo do Lean nas Emergências é reduzir a superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos e filantrópicos do Brasil, por meio da redução no tempo de espera para atendimento médico e no tempo médio de permanência, entre outras ações de aprimoramento na área de gestão. A primeira fase, de implementação, tem duração média de seis meses, com visitas presenciais quinzenais aos hospitais participantes para capacitar as equipes, identificar oportunidades e implementar ações de melhoria. Após esse período, o hospital é monitorado por mais seis meses para a sustentação dos resultados.

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Resultados

Outro índice que apresentou melhoria no HSC por meio do projeto foi o tempo de permanência do paciente na emergência, que reduziu em 50%. Nos casos que exigiram internação, a redução foi de 44%. Conforme o enfermeiro Anderson Barreto de Moraes, um dos responsáveis pela execução do projeto na Instituição, estes fatores influenciaram diretamente na redução do índice de superlotação e, consequentemente, na melhoria da qualidade do atendimento.

“O Lean possibilitou revisar todos os processos do Hospital, observando excessos, desperdícios e perdas, implantando uma cultura de melhoria contínua”, explica. “O aprimoramento da gestão permite racionalizar recursos e padronizar atividades para, assim, qualificar ainda mais os serviços agregando valor aos pacientes”, complementa. Para atingir estes resultados foram implementadas no HSC metodologias visuais que têm como objetivo ampliar o giro de leitos, como o Huddle e o Kanban, e a reorganização das salas e dos fluxos.

O convite para a atividade que marcou o encerramento da primeira fase do projeto foi estendido à Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, à 13ª Coordenadoria Regional de Saúde e ao Conselho Municipal de Saúde. Os resultados também foram apresentados em Porto Alegre para a Regulação Estadual de Leitos e à Regulação do Samu.

O Projeto

O Lean nas Emergências teve início em agosto de 2017 com o Hospital Sírio-Libanês (HSL), quando atuou em seis instituições públicas de saúde, no chamado Ciclo 0 do projeto, no qual os hospitais foram treinados e apoiados na implementação de melhorias para garantir eficiência nos processos. A iniciativa é do Ministério da Saúde, executada de forma colaborativa pelos hospitais BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), Hospital Moinhos de Vento e Sírio-Libanês por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).

No início de 2022, o Lean nas Emergências encerrou o 5º Ciclo, totalizando 128 instituições públicas e filantrópicas atendidas. O projeto ganhou reforços em 2022 e passa a atuar no modelo colaborativo com a adesão da BP e do Hospital Moinhos de Vento. Até o fim de 2023 a meta é atender até 160 hospitais do sistema público de saúde. Para a sua execução, os hospitais de excelência contam com uma equipe altamente especializada, composta de médicos e especialistas em processos.

O método Lean

Também conhecido como método enxuto, esse conceito surgiu no Japão após a Segunda Guerra e busca eliminar os desperdícios, em diversos níveis, dentro das empresas. Seja em seus processos, gestão, administrativo, produção e outras áreas, a Metodologia Lean é usada para lidar com os problemas de forma sistêmica e otimizar vários pontos em um negócio.

Tudo aquilo que não é estritamente necessário para realizar determinado trabalho é visto como excesso, que pode ser eliminado. Esse processo é feito de forma contínua dentro da organização, identificando e cortando todos os desperdícios para aumentar os resultados, entregando mais valor aos clientes.