Em discurso realizado ao Congresso, sobre o “Estado da União”, na noite desta terça-feira (12/2), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a economia do país está se recuperando da crise e uma de suas principais bandeiras eleitorais, a reforma na saúde, terá papel fundamental neste novo mandato. Mesmo sem entrar em detalhes práticos, ele reconheceu que a dívida governamental com a saúde, setor com programa de governo defasado, é uma questão a ser resolvida em seu segundo mandato.

Apostando no crescimento da classe média como o verdadeiro motor do crescimento econômico, Obama garantiu estar “preparado para promulgar as reformas que proporcionarão economia na saúde para o início da próxima década, como foi proposto pelo comitê bi-partidário Simpson-Bowles”, disse, referindo-se ao acordo legislativo sobre a matéria, obtido pelo empenho dos dois legisladores dos partidos Democrata e Republicano. A reforma referida, que no discurso foi apresentada através de gráficos, pode representar uma economia de US$ 340 bilhões em dez anos.

” Vamos reduzir os subsídios aos contribuintes para aquisição de medicamentos de prescrição (drogas premium) e elevar a cobrança dos idosos mais ricos”, ponderou. Segundo Obama, as mudanças nos programas sociais, direcionados aos mais pobres e aos idosos, serão “modestas”, enquanto os impostos sobre a minoria mais abastada deverá aumentar.

” Vamos reduzir os custos na Saúde alterando a forma como o nosso governo paga o Medicare (programa de saúde nacional direcionado para as pessoas com mais de 65 anos) porque as nossas contas médicas não devem basear-se no número de exames solicitados ou em dias passados ​​no hospital. Elas devem basear-se na qualidade dos cuidados que nossos idosos recebem. E eu estou aberto a reformas adicionais, contanto que elas não violem a garantia de uma aposentadoria segura”, frisou o presidente.

Pouco foi falado sobre os programas Patient Protection (Proteção ao Paciente) e Affordable Care Act (Ato de Cuidados Acessível), promessas que ajudaram a garantir a primeira eleição de Obama, que se transformaram em lei no primeiro mandato e que entrarão em vigor no final deste ano. Obama defende que as pesquisas tecnológicas feitas hoje deverão trazer resultados financeiros no futuro. “Cada dólar investido no mapeamento genético por exemplo, retornará US$ 140 à nossa economia”, considerou, destacando os estudos sobre o mal de Alzheimer e medicamentos que regeneram órgãos.