Na Espanha, valor pago pelos medicamentos será de acordo com a renda do cidadão
"Copago" divide população em três gruposEm busca de soluções para amenizar os efeitos da crise econômica na Europa, novas medidas restritivas deverão ser aplicadas no sistema de saúde espanhol. A ministra da Saúde, Ana Mato, anunciou na última quinta-feira, 21, uma nova proposta pela qual os cidadãos precisarão pagar pelos medicamentos receitados de acordo com sua renda.
Anteriormente, os trabalhadores em atividade adquiriam um medicamento pagando 40% do valor total. Desde reunião feita em setembro de 2012, foi decidido que aqueles com renda anual entre € 18 mil a € 100 mil pagariam metade dos custos (veja aqui). A proposta atual é uma divisão em três escalas: os que ganham de € 18 mil a € 36 mil; de € 36 mil a € 72 mil; e os que recebem € 72 mil a € 100 mil. O debate agora gira em torno da porcentagem que cada grupo terá que contribuir.
O governo da Espanha ainda não pensa em rever o caso da população com renda inferior a € 18 mil, que antes de setembro conseguia acesso a remédios gratuitamente. Os “sin papeles” (imigrantes ilegais) seguem excluídos do sistema.
Na reunião de quinta-feira também foi aprovado um calendário de vacinas, que erá revisado sempre a cada dois anos. O projeto contempla oito imunizações e estabelece as idades dos pacientes a serem assistidos. Grupos opositores criticam o calendário, considerado “demasiadamente básico”. A Asociación Española de Pediatría (AEP), a Asociación Española de Vacunologia e a Sociedade Española de Medicina Preventiva, afirmam que faltam vacinas fundamentais, como as que combatem pneumonia pneumocócica. Outro ponto polêmico é a vacina para catapora, estabelecida para crianças a partir de 12 anos, idade em que quase 90% das crianças já passou da época de maior risco.