Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Gestão e Qualidade | 6 de outubro de 2017

Jornada de Farmácia Hospitalar aborda papel do farmacêutico no setor da saúde

Evento do SINDIHOSPA promove atualização e qualificação da Farmácia Hospitalar
Jornada de Farmácia Hospitalar aborda papel do farmacêutico no setor da saúde

O Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA) – filiado à Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL) – promoveu, no dia 6 de outubro, a III Jornada de Farmácia Hospitalar. O evento buscou atualizar conhecimentos em diferentes áreas relacionadas ao tema “Farmácia Hospitalar”  voltado a farmacêuticos e todos profissionais envolvidos no setor. O portal de notícias da FEHOSUL (www.setorsaude.com.br) esteve presente na atividade para acompanhar as novidades da área de farmácia hospitalar.

A abertura do evento contou com a presença do presidente da entidade, Henri Siergert Chazan, que explicou a importância da Jornada para o profissional do setor da saúde.

“A troca de ideias é uma das coisas mais importantes, é um dos fundamentos da nossa sociedade. O conhecimento humano é baseado nessa troca e acúmulo de conhecimento. O Comitê de Farmácia é um dos mais importantes do SINDIHOSPA porque ele congrega profissionais”, explica.

Aproveitando as comemorações do Dia do Farmacêutico, celebrado no dia 25 de setembro, a Jornada abordou diversas atividades do profissional na farmácia hospitalar. Foram discutidos temas como atuação no controle de infecção, logística e distribuição, identificação de medicamentos e sua interface com a segurança do paciente, conciliação medicamentosa (farmácia clínica) e gestão farmacêutica.

“ Processos em Farmácia Hospitalar” foi o tema de uma das palestras da programação, ministrada pela Farmacêutica Intensivista Clínica do Hospital Santa Paula (SP), Anne Karollyne Leite. A palestrante abordou o papel do farmacêutico em hospitais e citou as diferenças dos processos entre diferentes regiões do mundo.

“Dentro de São Paulo em si, você já vê uma grande diferença. Seja de hospitais públicos ou privados. Acredito que isso também ocorra em Porto Alegre, pelos hospitais que conheço. Pro resto do mundo também é totalmente diferente. No Brasil, dependendo da localização, você tem uma atuação clínica muito boa ou nenhuma”, conta. “Os processos hospitalares ainda têm muita carência de farmacêuticos, seja pelo serviço privado ou público, porque hoje o farmacêutico hospitalar ainda não é reconhecido de maneira adequada”, complementa.

Segundo a coordenadora do Comitê de Farmácia do SINDIHOSPA, Michelle Müller, o evento foi concebido para acontecer a cada dois anos, porém teve que ser alterado devido ao dinamismo com que as atividades da farmácia hospitalar evoluem, além da demanda por troca de ideias e de conhecimento.

Os diferentes painéis abordaram temas com identificação, logística, automação e segurança do paciente. Na palestra Medicamentos de Alta Vigilância: Nova Proposta de Identificação, Michele Müller, detalhou o processo realizado para padronizar o gerenciamento de produtos nas farmácias hospitalares. “A identificação é o ponto nevrálgico”, disse.

Um dos caminhos adotados, a separação por cores conforme a finalidade, não pode ser usada unicamente como controle porque não há um padrão único entre os hospitais. Cada instituição usa uma tonalidade diferente para um tipo de medicamento. “Posso ter um funcionário trabalhando comigo num turno, acostumado com aquelas cores e, no turno inverso, ele poderia trabalhar em outro hospital, que utilizaria padrão diferente. Nesse caso, o uso de cores acabaria complicando, criando mais confusão do que facilitando” observou.

Coordenadora do Comitê de Farmácia do SINDIHOSPA, Michelle Müller,

Coordenadora do Comitê de Farmácia do SINDIHOSPA, Michelle Müller

 

Como o Instituto para Práticas Seguras no Uso dos Medicamentos (ISMP Brasil) recomendou não usar as cores de forma isolada, Michele relatou que foi desenvolvido um pictograma (uma palma de mão aberta, como se fosse um alerta de “pare” dentro de um triângulo aplicado no rótulo de um medicamento) para destacar ainda mais que se trata de um medicamento de alta vigilância – potencialmente perigoso, de uso hospitalar e ambulatorial.

” Mantivemos o rosa pink como cor de alerta e acrescentamos o pictograma. Pesquisas mostram que o pictograma vem dando resultados” relatou Michele, que também é coordenadora da Farmácia do Hospital Divina Providência, de Porto Alegre.

Michelle também falou antes de sua palestra sobre as lições que um profissional aprende ao participar do evento. “Ele [o profissional] vai levar bastante coisa hoje, acho que vai ser bem interessante para quem veio prestigiar porque a gente vai trazer as experiências dos hospitais que estão bem representados aqui em Porto Alegre, como o Hospital Moinhos de Vento, Divina Providência, Hospital de Clínicas e o Grupo Hospitalar Conceição. Estamos trazendo a experiência de cada um”, conclui.

Farmacêutico hospitalar durante 43 anos, Josué Schostack participou da Jornada representando o Conselho Regional de Farmácia (CRF-RS). Conhecedor da atividade, ele destacou a importância da realização de encontros como este organizado pelo SINDIHOSPA. ” Aqui temos atualização para o que há de mais moderno. A farmácia hospitalar não é uma mera distribuidora ou estoquista, é muito mais do isso. É a certeza de que o paciente está recebendo a medicação conforme a prescrição médica” afirmou Schostack, conselheiro do Conselho Federal de Farmácia, e coordenador do curso de especialização em Farmácia Hospitalar da FASAÚDE/IAHCS.

 

 

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