Hospital Mãe de Deus começa processo de drenagem e limpeza em subsolo da instituição
“A expectativa é de que, entre 15 a 20 dias, a operação na José de Alencar seja completamente retomada, se não tivermos intercorrências", prevê Clayton Moraes, diretor de operação do Hospital.
O Hospital Mãe de Deus (HMD) deu início nesta quinta-feira (16/5) à operação de drenagem do subsolo, área mais atingida da instituição pela inundação ocorrida no bairro onde está localizado em Porto Alegre. Com isso, busca-se chegar às subestações de energia elétrica e de fornecimento de água e gases, de maneira a restabelecer o funcionamento de todo o prédio o mais rápido possível.
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No subsolo, eram oferecidos pronto-atendimento em Traumatologia, consultórios de especialidades, área de curativos e para pequenos procedimentos ambulatoriais, laboratório, além de alguns serviços de restaurante, cafeteria e farmácia.
Apenas após essa primeira fase de restauração, poderão ser estimados quais os prejuízos para o hospital, que é administrado pela Associação Educadora São Carlos (AESC).
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“A expectativa é de que, entre 15 a 20 dias, a operação na José de Alencar seja completamente retomada, se não tivermos intercorrências. Esperamos ansiosamente por isso, entendendo a importância que nosso hospital tem para Porto Alegre, Região Metropolitana e também Interior. No local, quando em funcionamento pleno, são atendidas pelo menos 1.500 pessoas por dia”, afirma Clayton Moraes, diretor de operação do Hospital Mãe de Deus.
Quais atendimentos foram restabelecidos
No momento, a Unidade Carlos Gomes (Rua Soledade, 569) é a que recebe pacientes em emergência traumatológica, tendo estendido o horário de funcionamento, que agora é das 8h às 22h, incluindo finais de semana e feriados. No local, que possui bloco cirúrgico, estão sendo realizados também procedimentos não eletivos. Pacientes que faziam hemodiálise na José de Alencar também estão sendo redirecionados para esta unidade. Já pacientes oncológicos têm tido seus tratamentos quimioterápicos reagendados para a Unidade de Radioterapia (Rua Orfanotrófio, 299).
Modelo internacional para restauração
O processo de limpeza, desinfecção e restauração para a retomada na sede da José de Alencar se baseará em modelo de boas práticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês), dos Estados Unidos, estabelecido para situações de enchentes como as ocorridas após a passagem do furacão Katrina nos EUA. Além de seguir protocolos da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Entre os 10 melhores hospitais do país, segundo ranking da Revista Newsweek, o Mãe de Deus é referência em qualidade e segurança do paciente, tendo passado quatro vezes pelo processo de acreditação da Joint Commission International (JCI), a líder global em acreditações em saúde.
Como foi o processo de transferência de pacientes
Com a subida das águas a partir de 2 de maio, foi instituído um comitê de crise no hospital que passou a avaliar a situação constantemente. Com a chegada da inundação ao subsolo do hospital em 3 de maio e avaliação técnica de dano às subestações de energia elétrica e água, o comitê entendeu que não seria possível manter a operação com segurança para os pacientes e as equipes, pela falta de abastecimento de água e energia.
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Em 36 horas, no final de semana, de maneira planejada e organizada, foi realizada a transferência de 278 pacientes que estavam internados na instituição. A operação, complexa, mas de sucesso, teve apoio do Exército, dos gabinetes de crise do Estado e da prefeitura e de outros hospitais da Capital. Os primeiros pacientes a serem transferidos foram os mais críticos, como os que dependiam de ventilação mecânica. Eles eram levados em caminhões do Exército até um ponto sem alagamento, onde ambulâncias os recebiam e faziam a transferência para diferentes instituições de saúde.
Papel essencial no sistema de saúde privada da Capital, da Região Metropolitana e do Interior
O Hospital Mãe de Deus tem um papel essencial no sistema de saúde privada da Capital, da Região Metropolitana e do Interior, atendendo mensalmente 45 mil pessoas. São pacientes que chegam buscando soluções completas em saúde, diagnóstico e tratamento, em uma instituição que tem foco em atendimento humanizado, seguro e centralizado na resolução de cada caso.
São atendimentos de baixa a alta complexidade, nas mais diferentes especialidades. O Centro Integrado de Oncologia, que é uma das referências no Estado, é o espaço que acolhe uma média de 1.000 pessoas para fazer tratamentos contra o câncer todos os meses.
O Hospital, que completa 45 anos em 1º de junho, é mantido pela instituição filantrópica Associação Educadora São Carlos (AESC), da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas. Realiza atendimentos essencialmente privados ou por meio de planos de saúde, revertendo esses recursos, em contrapartida filantrópica, para atendimentos SUS no Hospital Santa Ana (Porto Alegre) e no Hospital Santa Luzia (Capão da Canoa), bem como em quatro Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Porto Alegre) – o que representa 70% do atendimento desta linha de cuidado da cidade. A AESC também é responsável por um Centro de Atendimento ao Migrante, em Caxias do Sul, que oferece acolhida e serviços gratuitos a pessoas de outros países que buscam a serra gaúcha para uma nova chance de vida.