Gestão e Qualidade | 11 de abril de 2023

Hospital do Círculo utiliza terapia com ofurô na UTI Neonatal

Técnica simula os estímulos e as sensações do útero materno, proporcionando benefícios aos recém-nascidos
Hospital do Círculo utiliza terapia com ofurô na UTI Neonatal

A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal do Hospital do Círculo (Caxias do Sul/RS) implantou recentemente a terapia de estimulação através do ofurô, técnica desenvolvida na Holanda, em 1997, que simula os estímulos e as sensações do útero materno, proporcionando benefícios aos recém-nascidos. O processo para a implementação da terapia na Instituição iniciou em 2022, com o apoio da equipe multidisciplinar da UTI Neonatal e de áreas de interação, como o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), que validou o uso dos materiais necessários, garantindo segurança aos pequenos em todas as etapas do processo.

Conforme material enviado à imprensa, a terapia de estimulação através do ofurô é mais uma iniciativa do Hospital do Círculo para proporcionar a melhor experiência em saúde aos seus pacientes. Para a aplicação da terapia, a equipe multidisciplinar organiza um ambiente aconchegante, ajustando temperatura e iluminação da sala, com utilização da musicoterapia. Os pais são convidados a acompanhar todo o processo.


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Estimulação cinestésica

Segundo a fisioterapeuta Sheila Muller, a técnica do ofurô promove uma estimulação cinestésica, com alívio da dor, diminuição do estresse e melhora do sono vigília, favorecendo a organização sensorial e o limite corporal dos neonatos, além de auxiliar no neurodesenvolvimento dos pequenos. Conforme relato da equipe, esses benefícios são evidenciados na prática, com o bebê reagindo de forma tranquila durante e após a terapia.

Prática assistencial

A coordenadora de Enfermagem da área Materno Infantil do Hospital do Círculo, Tatiane Bazi Ribeiro, diz que o ofurô é uma prática assistencial que contribui como adjuvante no tratamento dos recém-nascidos prematuros e doentes. A imersão do recém-nascido em um balde apropriado para a prática, com água aquecida, até a altura dos ombros, simula a sensação do útero materno.

“Observa-se que, durante a imersão, a pressão da água causa respostas cardiovasculares, contribuindo para melhora na temperatura corporal do bebê nos níveis de saturação de oxigênio, e mantém a frequência cardíaca dentro da normalidade, o que tem um impacto na redução da dor e na diminuição dos sintomas de estresse comportamental, reduzindo o tempo de choro”, explica Tatiane, destacando que a técnica preza pela integralidade do recém-nascido e sua família por meio de um olhar humanizado.


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“O ofurô é uma experiência incrível, pois contribui para o bem-estar e o relaxamento do bebê. Após a prática, percebemos que o recém-nascido fica mais calmo, tem menos episódios de choro, menos cólicas, o que proporciona um sono mais tranquilo e prolongado”, complementa Bianca Verlindo, técnica de Enfermagem da UTI Neonatal do Hospital do Círculo.

Como funciona

– Todos os bebês passam por avaliação antes de serem submetidos à terapia. As únicas restrições absolutas são para recém-nascidos em protocolo de manuseio mínimo e instabilidade clínica; recém-nascidos com alteração de termorregulação; portadores de doença infecto contagiosa e lesões de pele; recém-nascidos com peso inferior de 1.250 kg.


– Após o preparo do ambiente, o recém-nascido é retirado da incubadora, com todos os acessórios removidos (tocas, luvas, fraldas e sensores).


– Pacientes com menos de três meses são envoltos de um lençol, realizando dobradura em “charuto” para manter membros superiores e inferiores flexionados, condicionando dessa forma uma melhor temperatura corpórea e posição fetal, uma vez que o propósito da técnica é ocasionar o relaxamento e lembrança da sensação intrauterina. Pacientes acima de três meses não necessitam da manutenção da postura de flexão, sendo indicado manter os membros superiores e inferiores soltos promovendo uma estimulação cinestésica.


– Após o preparo e posicionamento do bebê, é iniciada a imersão no balde até a água atingir a altura os ombros. Neste momento, o terapeuta deve se posicionar de frente ao bebê a fim de observar qualquer expressão facial de dor ou desconforto, e interromper a terapia caso necessário.


– Após a imersão, é iniciada a aplicação da técnica, realizando movimentos suaves, rítmicos e seguros, que tendem causar uma sensação de conforto e bem-estar.



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