Gestão e Qualidade | 23 de novembro de 2016

Hospitais Privados debatem ética, sustentabilidade e modelos de remuneração

Fehosul participou do CONAHP 2016, realizado entre 16 e 18 de novembro em São Paulo
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Entre os dias 16 e 18 de novembro, foi realizado o 4º Congresso Nacional de Hospitais Privados (CONAHP 2016), em São Paulo. O evento é referência nacional, promovendo debates sobre temas atuais que impactam a sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro. Com palestrantes nacionais e internacionais, esta edição teve como tema principal “Ética: A Sustentabilidade da Saúde no Brasil”.

A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul), esteve presente ao evento através do seu presidente, médico Cláudio Allgayer; do diretor-executivo, médico Flávio Borges; e da gerente de relacionamento com o mercado, administradora hospitalar Shirlei Gazave.

Na abertura do congresso, o presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, destacou o interesse dos 83 associados em estabelecer regras de Compliance (oriundo do verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou pedido. Significa estar em conformidade com leis e regulamentos).

Segundo ele, toda organização de saúde deve ter como temas prioritários:

1)    Um novo modelo de remuneração,

2)    Um novo modelo assistencial,

3)    Sistema de compliance com detecção dos desvios éticos.

Balestrin lamentou o fato de muitas instituições não terem mecanismos capazes de prevenir, descobrir, denunciar e remediar os desvios éticos que podem ocorrer. “Pelo menos 95% dos hospitais do Brasil não têm nenhuma forma de acreditação, mesmo nos níveis mais básicos. Falta a transparência de submeter-se a uma avaliação independente e jogar luz dentro dos hospitais, tanto para mostrar o que é bonito quanto para consertar o que não é”, enfatizou o presidente da Anahp.

O sistema de acreditação é um condutor nesse sentido. Em seu discurso na abertura do evento, o ministro da saúde, Ricardo Barros, falou da importância do setor saúde no PIB nacional, contribuindo com 8% do total. O Ministério da Saúde, na sua gestão, constatou que a União vem diminuindo o aporte de recursos para a saúde, mas acredita que a PEC 241 não afetará o orçamento da área. O ministério pensa realmente em planos de saúde acessíveis à população, e apontou como prioridade a informatização do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme o diretor-executivo da Fehosul, presente no primeiro dia do congresso, outros pontos apresentados pelo ministro que merecem ser salientados foram: promoção da saúde alimentar; saneamento básico; vacinação; programa Mais Médicos para Profissionais Brasileiros; protocolos clínicos e melhorias em gestão. Também foi considerado motivo de preocupação a questão da judicialização. Ricardo Barros ponderou que, só em São Paulo, gasta-se R$ 108 milhões ao mês com judicialização.

Negócios ´limpos´

Ainda no primeiro dia do congresso, houve o lançamento do Manual do Programa de Compliance da Anahp, e também a palestra de Paulo Stark, presidente da Siemens, na qual ele falou do Impacto Institucional do Compliance – as Lições Aprendidas pela Siemens. Stark apresentou a necessidade de se estabelecer claramente os valores institucionais, que enalteçam um conjunto de aspectos essenciais e não somente uma cultura organizacional com valores inespecíficos.

A Siemens enfrentou duas situações extremamente graves: em 2016, com amplitude mundial, e em 2013 no Brasil, quando a empresa se auto-denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Siemens se comprometeu a mudar sua forma de ação e seus controles internos. Adota três pilares para sustentar o seu Sistema de Compliance:

Prevenir, 

Detectar e 

Responder. 

Esses pilares são base de um sistema abrangente de atividades que garantem que seus negócios estão totalmente em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis, assim como, com princípios e regras internas.  “Hoje, somente negócios ‘limpos’ são negócios Siemens”, disse Paulo Stark. A empresa investiu recursos e estabeleceu um compromisso sério com a ética (denominado Tone from the Top). Isso se origina na liderança máxima da Siemens. Os valores estabelecidos pela Siemens são: responsabilidade, comprometimento e inovação. Todo conflito de interesse deve ser identificado e tratado dentro das regras éticas da Siemens”, enfatizou Stark.

Presente no último dia do congresso, o presidente da Fehosul. Dr. Cláudio Allgayer, que também representava no evento a Confederação Nacional de Saúde, da qual é vice-presidente, salientou que “eventos como este são importantes para a melhoria dos standards gerenciais e assistenciais de nossas instituições, especialmente em momentos difíceis e de crise, como os que atualmente vivenciamos, para impulsionar a novos patamares os hospitais e toda a cadeia produtiva do setor saúde”, defendeu Allgayer.

Jantar de confraternização da CONAHP 2016

conahp

CONAHP 2016

Fotos: Anahp

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