Estatísticas e Análises, Tecnologia e Inovação | 7 de julho de 2021

HED participa de estudo que avalia a eficácia e segurança do remdesivir associado a imunomoduladores

O objetivo é analisar se associações com Infliximabe, Abatacept e Cenicriviroque ajudam a reduzir a progressão da doença
HED participa de estudo que avalia a eficácia e segurança do remdesivir associado a imunomoduladores

Desde o dia 21 de abril de 2021, o Hospital Ernesto Dornelles (HED) de Porto Alegre (RS) está participando do estudo ACTIV-1, um ensaio clínico que avalia a eficácia e segurança do remdesivir (veklury) associado a imunomoduladores no tratamento da Covid-19. O objetivo é analisar como três medicamentos (Infliximabe, Abatacept e Cenicriviroque) podem reduzir a progressão da doença, acelerar a velocidade de recuperação, diminuir os riscos de mortalidade e a utilização de recursos hospitalares.

O estudo, organizado pelo Duke Clinical Research Institute e supervisionado pelo NIH –National Institutes of Health (Instituto Nacional de Saúde, tradução nossa) dos EUA, pretende acompanhar cerca de 2.160 adultos hospitalizados com casos moderados e graves da doença nos EUA, Brasil, Peru e Argentina. Até o momento, o HED é o hospital brasileiro que mais incluiu participantes na pesquisa.

A pneumologista e gestora dos fluxos assistenciais do HED, Dra Juliana Cardozo Fernandes, destaca que a medicação já foi utilizada em 39 pacientes graves de Covid-19, dos quais  29 já tiveram alta. “Nós ainda não observamos nenhum efeito colateral significativo relacionado diretamente ao uso do medicamento. Nossa taxa de recuperação é de 74%”.

Após a alta hospitalar, os pacientes continuam sendo monitorados pela equipe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Assistencial (CPDA) do HED até completarem 60 dias do início do tratamento e permanecem sendo acompanhados até que qualquer possibilidade de evento adverso seja descartada. “Ainda estamos no início do estudo, mas o que verificamos, até agora, é que a maioria desses pacientes se recuperou de forma mais rápida sem necessitar de intubação nem internação na UTI. A medicação conseguiu reduzir os danos que o vírus causa no pulmão, acelerou a recuperação e a alta hospitalar”.

O ensaio clínico ACTIV-1 será finalizado quando for atingida a quantidade estipulada de pacientes. Por enquanto, mais de 1100 pessoas já participaram ou estão participando deste estudo.

HED ACTIV-1

Remdesivir no HED

O antiviral foi aprovado em março de 2021 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e auxilia na diminuição do período de internação e na necessidade de intubação dos pacientes. Juliana Cardozo Fernandes explica que o remdesivir é utilizado em pacientes maiores de 12 anos e com peso acima de 40kg.

“O medicamento age no organismo combatendo a replicação do vírus. Ele é indicado para quem desenvolveu as formas moderada e grave da Covid-19 e necessita de suplementação de oxigênio”.

O remdesivir foi aprovado para uso exclusivo em hospitais. Ele possui aplicação intravenosa, que precisa ser realizada com acompanhamento médico. O tratamento dura entre 5 e 10 dias, dependendo da resposta de cada paciente.

Eficácia do remdesivir

Uma pesquisa realizada com pacientes com quadros graves e moderados de Covid-19 e publicada no New England Journal of Medicine, mostrou que o uso do antiviral acelerou a recuperação, diminuindo em 5 dias, em média, o tempo de internação para formas moderadas da doença.

O remdesivir já auxiliou no combate de outros tipos de coronavírus, o SARS (síndrome respiratória aguda grave) e o MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio). Ele está sendo utilizado nos Estados Unidos desde maio e possui registro de uso emergencial aprovado no Canadá, Austrália, Suíça e União Europeia.

Com informações e fotos HED. Edição SS.

 



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