Estatísticas e Análises | 11 de abril de 2024

Câncer de bexiga pode ser confundido com infecção urinária: entenda

Especialista reforça importância de buscar por aconselhamento médico diante de qualquer suspeita de irregularidade no organismo.
Câncer de bexiga pode ser confundido com infecção urinária entenda

Dificuldade para urinar, uma simples ardência e até sangramento, podem ser sinais de que algo mais sério está acontecendo no organismo e deve ser investigado. O oncologista clínico, integrante da Oncoclínicas&Co no RS, Dr. Eduardo Bischoff, alerta que os sintomas de infecção urinária podem indicar a ocorrência de câncer de bexiga e, no caso de tumores mais avançados, os pacientes também podem apresentar dor abdominal, lombar e perineal.


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Procure o seu médico

“Apesar de não haver um programa de rastreamento comprovadamente efetivo, devemos sempre procurar o nosso urologista ou médico de confiança diante de qualquer suspeita de uma eventual lesão, especialmente se desenvolvermos sangue na urina”, explica o especialista.    


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Quando a doença é metastática, ou seja, as células tumorais saíram da região da bexiga e se espalharam, pode haver dor óssea secundária, bem como cefaleia e/ou sintomas neurológicos, em casos de progressão para o sistema nervoso central. O Dr. Eduardo Bischoff ainda cita a possibilidade de existência de outros sinais de alerta como fadiga, anorexia, anemia e perda de peso.

Hoje, o tratamento do câncer de bexiga pode ser dividido em três cenários: doença localizada não músculo-invasiva, músculo-invasiva e metastática. Quando se trata de neoplasia não músculo-invasora, é necessária a ressecção cirúrgica local do tumor. A depender de uma série de critérios, podem ser indicados medicamentos instilados, inseridos gota a gota, dentro da própria bexiga, como a vacina BCG, para prevenção de recorrências. No entanto, quando é músculo-invasiva, há indicação de retirada do órgão, muitas vezes juntamente com adoção de quimioterapia e/ou imunoterapia.


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“Há muita expectativa para que sejam desenvolvidas tecnologias que evitem esta cirurgia. Temos muita esperança de que isto poderá ocorrer nos próximos anos”, afirma o oncologista.

 Já para a doença metastática, ele destaca que há uma verdadeira revolução nos tratamentos sistêmicos após o advento das imunoterapias, mas principalmente, com dados recentes do uso de enfortumabe vedotina. Este é um anticorpo-droga conjugado, uma forma mais moderna de fazer a quimioterapia chegar diretamente às células tumorais. Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2022, o enfortumabe se liga aos receptores de nectina-4, altamente presentes em tumores uroteliais, entregando o quimioterápico vedotina diretamente às células tumorais com altas taxas de resposta e controle de doença.

Prevenção

Entretanto, apesar de todos estes avanços, o Dr. Bischoff destaca que o mais importante é tentar evitar o desenvolvimento destas neoplasias. “Não fumar é imperativo. Tabagismo é o principal fator de risco conhecido para neoplasia urotelial, pois fumantes têm três vezes mais chances que a população em geral de desenvolver a doença”, afirma    

Além disso, a exposição sem equipamentos de segurança individual a aminas aromáticas, como às utilizadas na indústria de corantes, também pode predispor ao câncer de bexiga. O oncologista relata, ainda, que pessoas que tomam menos água têm maior chance de desenvolver a neoplasia. “Então, é super importante não fumar, não se expor a substâncias nocivas, cuidar da qualidade da água e se manter hidratado”, finaliza.

 



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