Mundo | 17 de junho de 2020

Gerenciamento de proteínas e minerais no início da COVID-19 como prevenção da forma mais grave da doença

Pesquisador da Mayo Clinic analisa a questão
O gerenciamento de níveis de proteínas e minerais específicos no início da COVID-19 pode prevenir a forma mais grave da doença

O gerenciamento dos níveis de cálcio no sangue e da proteína albumina no início da COVID-19 pode impedir que os pacientes progridam para forma grave da doença e morte, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Mayo Clinic (EUA), publicado na revista Gastroenterology. Os resultados são baseados em características clínicas notavelmente semelhantes, resultados de autópsia de pacientes que morreram de COVID-19 e pacientes cuja falência orgânica resultou da liberação de ácido graxo insaturado causado por outras doenças, diz o pesquisador principal Vijay Singh, gastroenterologista da Mayo Clinic no Arizona.


O receptor do vírus COVID-19 foi relatado em células adiposas e pancreáticas que liberam enzimas que quebram a gordura, diz o Dr. Singh. “Quando isso acontece, o cálcio e a albumina séricos são consumidos por ácidos graxos insaturados produzidos a partir do processo de decomposição da gordura e os demais ácidos graxos insaturados causam danos aos órgãos vitais, o que pode levar à morte”, diz ele.

A suplementação de cálcio e albumina séricos para manter os níveis normais, iniciando cedo e continuando durante uma infecção por COVID-19 pode ajudar a ligar e neutralizar os ácidos graxos insaturados e evitar a falência de órgãos, dando ao paciente tempo para combater e eliminar a infecção, diz o Dr. Singh.

“Isso pode ajudar a prevenir casos graves da COVID-19 e a necessidade de tratamento de pacientes em unidades de terapia intensiva”, diz ele. “A suplementação para alcançar e manter os níveis normais de cálcio e albumina séricos é segura e pode ser facilmente testada em ensaios clínicos”. Em relação à facilidade de acesso, o especialista diz que “o carbonato de cálcio, que pode ajudar a manter níveis normais de cálcio sérico, está prontamente disponível sem receita, enquanto a albumina é comumente usada por via intravenosa em hospitais e custa aproximadamente o mesmo que antibióticos comuns”, diz o Dr. Singh.


Consumo de gordura insaturada x taxa de mortalidade

Os países com um consumo per capita mais alto de gordura insaturada também relataram taxas mais altas de mortalidade durante as duas semanas do maior pico na mortalidade por COVID-19 de 25 de março a 8 de abril, é o que mostram dados de organizações de alimentos e agricultura, observa Dr. Singh.


“Entre 11 outros fatores, incluindo renda, acesso a recursos de assistência médica e dados demográficos, como idade, ingestão de gordura não saturada foi o único fator associado ao aumento da mortalidade em análises multivariadas. E, curiosamente, a ingestão de gordura saturada foi protetora”, diz ele.


O Dr. Singh observa que, embora a administração de cálcio e albumina no início da COVID-19 possa prevenir lesões induzidas por ácidos graxos não saturados, vários ensaios clínicos mostraram que a suplementação posterior não foi eficaz.



Com informações Assessoria de Imprensa da Mayo Clinic no Brasil. Edição Setor Saúde

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