O mais recente relatório da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares (EAHP, na sigla em Inglês), revelou que 86% das farmácias hospitalares do Velho Continente sofrem com a dificuldade diária de abastecimento. O resultado imediato é que os tratamentos, incluindo quimioterapia, estão seriamente afetados.

O documento analisou 600 casos em 36 países europeus e as conclusões mostram que a falta de medicamentos atinge todo o continente. Cerca de 75% dos estabelecimentos pesquisados concordaram com a seguinte declaração da pesquisa: “A falta de medicamentos no meu hospital tem um impacto negativo sobre o atendimento ao paciente”.

Os números também indicam que 66% admitem que a falta de medicamentos é algo que afeta o trabalho diário na instituição. As áreas mais atingidas são os que requerem medicamentos para combater infecções, câncer e anestésicos.

A EAHP garante que a maioria dos problemas que afetam diretamente os pacientes inclui o atraso ou interrupção nos tratamentos de quimioterapia, o sofrimento desnecessário causado por efeitos colaterais causados por infecções, entre outros. “Duas coisas chamam mais a atenção em relação à falta de medicamentos na Europa: o tamanho (do problema) e o impacto sobre a segurança e bem-estar dos pacientes”, ressaltou o presidente da EAHP, Roberto Frontini, em reportagem da agência de notícias EurActiv.

“Por um longo tempo se ignorou o problema. Agora é o momento para aqueles que têm a responsabilidade de proteger os cidadãos europeus contra as ameaças sanitárias transfronteiriças abordem a questão”, resume Frontini.

Segundo Frontini, a União Europeia necessita de um registro de informações mais avançado. Esta tarefa pode ser realizada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), através de um sistema de computador para diagnosticar as regiões onde há déficit de medicamentos, visando corrigir a situação.