Gestão e Qualidade | 11 de abril de 2017

E se o paciente preenchesse o Prontuário Eletrônico do Paciente?

Pacientes e médicos acreditam que método pode gerar melhores resultados
Pep

A comunicação colaborativa normalmente funciona melhor do que uma comunicação unidirecional, até mesmo em um hospital. Um novo estudo colocou o poder nas mãos dos pacientes, e permitiu que eles digitassem suas informações e necessidades no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), ou Electronic Health Record (EHR), antes da consulta, agilizando o fluxo de atendimento.

O estudo, recentemente publicado na revista de pesquisa Annals of Family Medicine, reuniu 101 pacientes e 28 médicos. Os pacientes participantes, que foram recrutados por telefone na noite anterior, chegaram ao centro médico 30 minutos antes da data marcada. Enquanto estavam na sala de espera, eles digitaram suas informações diretamente no sistema.

Em média, não demorou muito tempo para que os pacientes digitassem. 40% demoraram menos de cinco minutos e 43% demoraram entre cinco e nove minutos. Seus relatórios variaram em extensão, com 21% dos pacientes digitando menos de 15 palavras e outros 21% digitando 60 ou mais palavras.

O médico avaliou o texto do paciente antes do início da consulta ou ao  receber o paciente na entrada.  As informações dadas pelo próprio paciente foram mantidas no sistema, junto ao prontuário do médico.

Após a consulta, os pacientes e os médicos foram entrevistados sobre suas experiências. Os pacientes foram convidados a relatar seus dados, saúde e como foi a experiência. Os médicos foram perguntados se a agenda foi útil e se os ajudou a compreender as preocupações do seu paciente.

Em geral, as respostas de ambas as partes foram positivas. Os resultados da pesquisa mostraram que 82% dos médicos e 84% dos pacientes acreditam que o método ajudou a priorizar a visita. Ambas as partes demonstraram  interesse em reutilizar o método novamente no futuro.

De acordo com a revista, este método não só esclarece a importância da comunicação com os pacientes, mas também reforça o engajamento do paciente. Talvez o futuro da atenção primária comece deixando que os pacientes definam o que precisam e o que esperam do atendimento.

Pesquisa

A pesquisa do paciente questionou características demográficas, auto relato da sua condição de saúde e percepções da experiência, usando uma escala de Likert de 5 pontos (discordo totalmente, discordo, neutro, concordo, totalmente de acordo). Os médicos concluíram uma breve pesquisa após cada visita indicando se a iniciativa deu-lhes uma melhor compreensão dos problemas de saúde do paciente, e se foi útil. Os médicos ainda completaram uma pesquisa adicional na conclusão do estudo solicitando idade, sexo, papel na atenção clínica e percepções sobre como as informações preenchidas pelos pacientes se refletiam na prática. O assistente de pesquisa também coletou o tempo gasto escrevendo agendas, número de palavras digitadas, e os diagnósticos de atendimento do médico e nível de serviço.

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