Gestão e Qualidade | 19 de maio de 2016

Clínicas de Porto Alegre é o primeiro hospital brasileiro a realizar implante de válvula aórtica sem sutura

Prótese Perceval foi utilizada em dois pacientes
Clínicas de Porto Alegre é o primeiro hospital brasileiro a realizar implante de válvula aórtica sem sutura

No dia 17 de maio o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) realizou um procedimento inédito no Brasil: o implante de uma válvula aórtica totalmente sem sutura. Indicada para os casos de estenose aórtica (quando a válvula aórtica não consegue abrir completamente devido ao acúmulo de cálcio e fósforo), a cirurgia traz como vantagens a redução do tempo cirúrgico e do tempo de internação em unidade de cuidados intensivos (UTI), a redução na taxa de transfusão sanguínea e excelentes resultados hemodinâmicos.

A prótese sem sutura Perceval, uma novidade no país foi utilizada em dois pacientes do HCPA, ambos do SUS. A válvula, por não necessitar de sutura interna e por ser muito próxima à biológica, garante aos pacientes mais qualidade de vida. Ao fazer um esforço físico, o paciente não sente desconforto, por exemplo. Outra vantagem é que a válvula não se degenera tão facilmente quanto as usuais.

O professor de Cirurgia Cardiovascular, Eduardo Keller Saadi, coordenou as cirurgias no HCPA, sob orientação e supervisão do cirurgião austríaco Peter Oberwalder, um dos nomes mais reconhecidos no mundo para o implante dos dispositivos. Os procedimentos aconteceram sem intercorrências, com excelentes resultados cirúrgicos e os pacientes passam bem.

As cirurgias contaram com a colaboração de profissionais dos serviços de Anestesia, Cirurgia Cardiovascular, Cardiologia, Ecocardiografia, Intensivismo e Perfusão. O HCPA foi selecionado para realizar o procedimento pela experiência adquirida no Implante de Válvula Aórtica Percutânea (Tavi) e por dispor, além de recursos humanos, de todas as condições técnicas para uma cirurgia cardíaca convencional contemporânea. Por ser uma tecnologia nova, o procedimento ainda não está disponível pelo SUS – os materiais foram doados pela empresa que fabrica a válvula.

Em torno de 200 mil brasileiros acima de 75 anos têm o diagnóstico de estenose aórtica, doença cardíaca que se não for tratada e diagnosticada a tempo, pode levar à morte em poucos meses.

VEJA TAMBÉM