Mundo | 14 de fevereiro de 2014

Células-tronco podem curar o diabetes tipo 1

A cura é obtida através da reprogramação de células da pele para convertê-las em pancreáticas
Células-tronco podem curar o diabetes tipo 1

A possibilidade de curar o diabetes tipo 1 teve um importante avanço graças ao trabalho de uma equipe de pesquisadores do Instituto Gladstone (EUA). Segundo eles, a solução pode ser a reprogramação de células da pele para convertê-las em células pancreáticas produtoras de insulina.

O diabetes tipo 1 se desenvolve, na maioria das vezes, durante a infância e é caracterizada pela destruição das células beta do pâncreas. Sem elas, o órgão não consegue produzir insulina, que acaba sendo reposta por injeções diárias, o que controla, mas não cura a enfermidade.

Os cientistas norte-americanos sugerem a terapia à base de células-tronco que se mostrou capaz de repor as células destruídas pelo diabetes. Por enquanto, os resultados só foram demonstrados com teste em ratos. Os experimentos foram publicados no jornal Cell Stem Cell e surpreenderam os próprios pesquisadores.

De acordo com Sheng Ding, líder do estudo, foram feitas muitas tentativas anteriores de transplantar para o paciente as células beta, mas todas falharam. “Ainda não havia sido possível produzir células saudáveis em grande quantidade, algo necessário para que elas possam fabricar a insulina”, explicou Ding.

Um desafio a ser superado é que essas estruturas têm capacidade de regeneração pequena, com pouca multiplicação. Para isso, a abordagem foi diferente das usadas em outras pesquisas na área, retrocedendo um pouco mais no ciclo de vida celular.

Foram utilizados fibroblastos adultos, retirados da pele de ratos, em um método pioneiro que consiste em tratar o material em um “coquetel” de moléculas que estimulam o retorno às fases mais primárias do desenvolvimento embrionário. O resultado foi que os fibroblastos se transformaram em células endodérmicas. Para chegar ao ponto de produzir insulina, a equipe usou outro coquetel molecular e conseguiu transformá-las em precursoras de células pancreáticas (chamadas de PPLCs).

As PPLCs foram transplantadas em ratos modificados geneticamente para desenvolver hiperglicemia, um dos sintomas do diabetes 1. Após uma semana, os níveis de glicose dos animais começaram a baixar gradualmente, até se aproximarem dos verificados em ratos saudáveis. Dois meses depois, o pâncreas dos roedores já produzia normalmente células beta.

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