Mundo, Tecnologia e Inovação | 7 de julho de 2015

Associação Americana aprova uso de stent no cérebro para tratar AVC

Dispositivo 'aprisiona' coágulo e depois é removido
Associação Americana aprova uso de stent no cérebro para tratar AVC

Pela primeira vez, a American Heart Association/American Stroke Association aprovou a utilização de um stent removível para tratar AVC. O dispositivo remove coágulos sanguíneos em alguns pacientes com AVC cujos coágulos obstruem as grandes artérias que fornecem sangue ao cérebro. A nova diretriz foi publicada na revista Stroke, da American Heart Association.

É a primeira vez que a entidade recomenda um dispositivo para tratar AVC. A associação não recomendava um novo tratamento para há 20 anos. Segundo o chefe do painel que elaborou as diretrizes, o médico William J. Powers, neurologista-chefe da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, muitos pacientes vão se beneficiar se eles buscarem ajuda assim que os sintomas aparecerem.

“O que aprendemos nos últimos oito meses, através de seis novos ensaios clínicos, é que algumas pessoas se beneficiarão do tratamento adicional com o stent se um coágulo continuar a obstruir um dos grandes vasos depois que a tPA é dada”. O tPA, sigla em inglês para ativador do plasminogêno tecidual, é o medicamento para o tratamento usual, sendo capaz de dissolver o coágulo. Ele continua sendo a primeira opção de terapia.

A droga deve ser dada em torno de 4h30 depois do início dos sintomas e a maioria das pessoas não busca ajuda a tempo. A droga também pode não surtir efeito, na proporção de um a cada quatro casos, segundo Dr. Powers.

O novo dispositivo é levado em um tubo por dentro de um vaso sanguíneo e guiado até o coágulo – semelhantes aos stents usados para tratar artérias coronárias entupidas. Ao contrário dos stents de coração, que são deixados no lugar para manter a artéria aberta, os de cérebro aprisionam o coágulo e depois são removidos. O paciente pode ser tratado por esse tipo de stent até seis horas depois do início dos sintomas se tiverem um AVC causado por um coágulo numa artéria grande.

A doença cerebrovascular atinge 16 milhões de pessoas ao redor do globo a cada ano. Dessas, seis milhões morrem. No Brasil, cerca de 68 mil pessoas morrem por AVC anualmente, representando a primeira causa de morte e incapacidade no País.

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