Gestão e Qualidade | 29 de setembro de 2024

Artigo sobre caso raro de gravidez ectópica é publicado no principal site de Medicina Fetal do mundo

Artigo sobre caso raro de gravidez ectópica é publicado no principal site de Medicina Fetal do mundo (1)

Imagine chegar para fazer uma ecografia de controle da gestação, com 25 semanas, e descobrir que o seu filho está se desenvolvendo fora do útero e que você corre sérios riscos de vida? Esse foi o susto que uma paciente do Hospital Geral de Caxias do Sul teve ao ser informada que a sua gravidez era ectópica, ou seja, ocorrendo fora da cavidade uterina. Neste caso, o embrião se desenvolveu no abdômen, causando sérios riscos de vida para a mãe e o feto. 

setembrodourado_setorsaude_banner_online_portoalegre


O caso ocorreu em 2021 e a abordagem e desenvolvimento desse atendimento foi o tema de um artigo apresentado, recentemente, no 21º Congresso Mundial de Medicina Fetal ocorrido em Lisboa, Portugal. “Esse é um caso bem raro e na literatura não tem nenhum que teve uma gestação tão longa nem com nascimento de bebê vivo. Normalmente, menos de 50% dos fetos sobrevivem devido às precárias condições de suprimento sanguíneo”, destaca a radiologista da Promed, Andressa Wiltgen, que integra a equipe de Medicina Fetal do Hospital Geral e apresentou o trabalho no evento internacional.


Health-Meeting-24-600-330-ss


Segundo a profissional, o caso é muito raro, pois o protocolo assistencial recomenda que esse tipo de gestação seja interrompido assim que descoberto. “A gravidez ectópica pode ser bem perigosa para a mãe, podendo, inclusive, ter desfecho fatal. A placenta precisa de muitos vasos para nutrir o embrião e, como ela estava na barriga, foi se infiltrando e criando raízes entre os órgãos, comprometendo o funcionamento deles. Percebemos a situação quando fizemos a ecografia na paciente”, relata.


banner-naxia-600


Após a confirmação do diagnóstico, foram realizadas ultrassonografia e ressonância magnética para observar quais órgãos estavam sendo afetados e uma angiotomografia para verificar os vasos sanguíneos que estavam comprometidos. “A gestação estava muito avançada. Por isso, foram realizados exames de imagem para planejamento cirúrgico a fim de interromper a gravidez. A mãe estava ciente da prematuridade extrema do bebe e de que, talvez, nenhum deles sobreviveria”, explica a radiologista.


compras-hospitalares-shs

O parto foi realizado 10 dias após a identificação da gradidez ectópica abdominal. A criança nasceu muito prematura, com 700 gramas, e acabou falecendo depois de quatro dias. A mãe segue fazendo acompanhamento com a equipe do Hospital, pois foi necessário a implantação de um cateter Duplo J, confecção de colostomia e histerectomia total. “Hoje ela está bem. O maior risco de morte era dela porque a placenta estava infiltrando e invadindo todos esses órgãos, como se fosse um tumor. Foi uma cirurgia muito difícil”, esclarece Wiltgen.

Gravidez ectópica

As gestações ectópicas acontecem, geralmente, na tuba uterina e apresentam sintomas como sangramento ou dor, sendo possível detectá-la com mais frequência. No abdômen, pode não apresentar nenhum sinal, como foi o caso dessa paciente. A recomendação é de que a gravidez seja interrompida no momento do diagnóstico para evitar complicações na mãe, como hemorragia, infecção, anemia, coagulação intravascular disseminada e embolia pulmonar. A gravidez só é mantida em situações excepcionais em que o diagnóstico ocorre após 24 semanas, quando não há malformação fetal e a placenta está distante de órgãos e de grandes vasos abdominais.

 



VEJA TAMBÉM