Gestão e Qualidade, Mundo | 9 de junho de 2015

Antes de atender os pacientes, é preciso cuidar de si e da equipe

Artigo destaca a importância de evitar estresse entre profissionais de saúde
Antes de atender os pacientes, é preciso cuidar de si e da equipe

Em um artigo do portal americano Fierce Healthcare a chefe de edição Ilene Macdonald aborda a importância de cuidar de si mesmo, antes de cuidar de sua equipe. Ela inicia a abordagem lembrando a recomendação dada em aviões para o caso de despressurziação. É preciso colocar a máscara primeiro em si, antes de tentar ajudar outras pessoas.

O artigo revela que, para resolver o problema, uma escola de enfermagem deve incorporar a prática de auto-cuidado em seu currículo para ajudar os futuros enfermeiros a lidar melhor com o stress da rotina de trabalho. “Se não cuidar de si mesmo, você não vai ter a capacidade de cuidar dos outros”, afirmou Susan Groenwald, presidente da Escola de Enfermagem de Chamberlain, ao portal norte-americano.

“É também um conceito de que a saúde precisa adotar”, diz Ilene. “É uma mensagem que os gestores de saúde devem aplicar para si e para o seu pessoal, incluindo médicos, que estão em maior risco de sofrer com a síndrome de burnout”, completa. Em uma pesquisa recente, 46% dos médicos norte-americanos relataram sentir desgaste e sobrecarregados, assim como muitos enfermeiros sentem-se estressados. “O problema ameaça a segurança do paciente e pode levar funcionários para outra profissão, fora da saúde”.

Pesquisadores acreditam que as organizações devem ir além do “Triple Aim” estabelecido pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) – que descreve uma abordagem para otimizar o desempenho do sistema de saúde –. É preciso, na realidade, trabalhar visando quatro objetivos: melhorar a saúde, melhorar a experiência do paciente, reduzir custos e, principalmente, melhorar a vida de trabalho de médicos e funcionários de saúde. “É impossível cumprir as três metas anteriores” sem focar no quarto pilar, dizem os autores do estudo Thomas Bodenheimer e Christine Sinsky.

Não há solução simples para ajudar os profissionais a permanecerem saudáveis e atingirem um equilíbrio entre trabalho e vida, mas pequenas medidas fazem a diferença. Hospitais, muitas vezes, instituem regras que proíbem fumar em ambientes internos, criam programas de exercício laborais e oferecem alimentação saudável nos refeitórios para manter bem disposta.

“Como eu fazia malabarismos com as exigências no trabalho em tempo integral e as minhas responsabilidades de cuidar da família, reclamava que me sentia como um fracasso, porque ninguém parecia contente. Minha mãe sempre me disse: ‘Seja feliz. Assim, você vai saber que pelo menos uma pessoa está feliz’”, comentou Ilene Macdonald.

Há, no entanto, outras estratégias para gestores de saúde podem incorporar na organização para evitar sobrecarregar médicos e enfermeiros, incluindo meditação, arte-terapia e terapia animal. Outras estratégias sequer envolvem custo, como o incentivo à pausa pós almoço ou jantar, ou uma pausa durante o expediente.

A chave, segundo Susan Groenwald, é ajudar as pessoas a descobrirem as atitudes que os ajudam a recuperar as energias, para que assim, elas possam lidar com situações estressantes como cuidar de um paciente entre a vida e a morte, algo comum em instituições hospitalares.

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