Discutir conectividade, inovação e transformação digital como uma importante ferramenta na melhoria de processos para empreendedores, além de estudantes e profissionais da área da saúde. Esse foi o principal objetivo do Seminário da Saúde: Inovação e Conectividade, que aconteceu durante esta quarta-feira (17), no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, com transmissão ao vivo pelo Youtube do Sebrae RS e respeitando todos os protocolos de vigilância sanitária.

“A gente acredita muito no setor da saúde, não só pela questão social, mas pelo poder econômico de potencializar a economia de todo o Estado. O setor está diretamente ligado ao empreendedorismo”, destacou o gerente de Competitividade Setorial do Sebrae RS, Fabio Krieger.

Com uma vasta programação, o evento teve como principal atração Leandro Karnal. O escritor, historiador e um dos maiores pensadores da atualidade trouxe a palestra ‘‘10 Estratégias para Enfrentar um Mundo em Ebulição’’ para um auditório atento. Karnal contou um pouco da própria história, lembrou do pai, da infância em São Leopoldo, no Vale dos Sinos, destacou a constante transformação que o mundo vem passando nas últimas décadas, como tudo muda muito rápido, contou que, em dois anos, precisou inclusive adaptar-se às palestras para o ambiente virtual e brincou ao explicar a importância de estar em constante atualização por conta da velocidade tecnológica. O historiador projetou um novo modelo de palestras e eventos que acontecerá de três formas, a partir de agora a presencial, a híbrida e a virtual: “tive que aprender a passar pó no rosto e na careca. Tive que aprender a me preocupar com iluminação para lives e até em aprender uma boa dança para o Tik Tok.”

Karnal falou diretamente aos empresários sobre a importância da inclusão e trouxe uma importante reflexão: “a empresa que investe em um modelo tradicional não tem futuro. Pensar a diversidade aumenta o seu poder de inserção de mercado e aumenta a sua visão de mundo. Se for assim, não tem porque eu ter um negócio”. Para o historiador, muitos donos de negócios também confundem resiliência com o próprio empreendedorismo. “O empreendedor é aquele que, tudo o que ele fez até hoje explica como chegou, onde chegou, mas não onde ele pode chegar. É o esforço que você fez e o que você fará daqui para frente que determinarão o futuro do seu negócio. Comemore as conquistas e planeje o que fará daqui pra frente. Vender lenços enquanto todo mundo chora, sem ter empatia com as pessoas, não é sinônimo de sucesso. É preciso ter empatia. Toda transformação é uma chance de negócio”, reforçou.

O historiador falou também sobre a importância de ter boas ideias e citou que uma das maiores empresas de transporte do mundo (Uber) sequer possui um único carro; que a maior empresa de hospedagem (AirbnB) não possui um único hotel; e que um dos homens mais ricos do mundo não vende petróleo ou possui um banco, mas uma rede social que funciona através de um software, referindo-se à Mark Zuckerberg, CEO do Facebook. “Ficamos presos em modelos tradicionais. Muitas vezes uma empresa quebra na geração seguinte por manter o mesmo modelo de negócio. ‘Deu certo com o vovô’. Mas era outra época”, reforçou ele.

Afinal, a transformação digital é uma importante ferramenta na melhoria dos processos e nada melhor do que utilizá-la em favor dos negócios. “Protagonismo é pensar que o mundo está em ebulição para todo mundo, inclusive para a concorrência. Um mundo em ebulição é pensar em um otimismo estratégico”, finalizou.

 Tendências e desafios na saúde

Os desafios da saúde no mundo foi o tema principal da palestra “Saúde e economia. Desafios da sustentabilidade”, realizada pelo diretor do SIMERS, Dr. Guilherme Peterson. Ele apresentou alguns dos principais exemplos de sistemas de saúde em diferentes países do mundo e que servem de inspiração para outros modelos, como Japão, Malásia, Suíça, França, Estados Unidos, entre outros. Este último tem como característica principal a seguridade social e diferentes formas de prestar os cuidados a partir do poder público.

 “O SUS foi extremamente fundamental nesses últimos anos, mas se continuar gastando da forma que vem gastando, o sistema não ficará sustentável. Precisamos utilizar os outros sistemas mundiais como exemplo. Precisamos ver o caso da Inglaterra, que pensa a saúde de forma estruturada e não apenas como uma paixão. Precisamos pensar na inovação com novas formas de acesso, com novas visões de negócios e com uma participação da sociedade e de novos investimentos. Isso trará novas formas de acesso para o futuro”, destacou o diretor do SIMERS.

 Para encerrar a programação, o neurologista Dr. Jefferson Fernandes, o professor da PUCRS Jorge Audy, e o biomédico, escritor e empresário Renato Marcos E. Sabbatini integraram o painel Inovação na Saúde, que teve como mediadora Sandra Marlene Heck, co-fundadora e presidente do IColab – Instituto Colaborativo de Blockchain, tratou sobre as necessidades para desenvolver e qualificar o sistema de saúde, como a tecnologia, a inovação e a transformação digital que podem auxiliar a medicina, contribuir para melhorar os atendimentos e a relação médico-paciente.