Estatísticas e Análises, Gestão e Qualidade | 7 de abril de 2015

Estudo critica o custo causado pelo excesso de diagnósticos de câncer de mama

Nos EUA, exames falsos-positivos custam cerca de US$ 4 bilhões por ano
Estudo critica o custo causado pelo excesso de diagnósticos de câncer de mama

Um novo estudo norte-americano, publicado no jornal Health Affairs, alerta para os custos e benefícios da detecção do câncer. Nos EUA, cerca de US$ 4 bilhões são gastos ao ano em mamografias e tratamentos desnecessários.

A pesquisa divide os custos em mamografias com resultados falsos-positivos (US$ 2,8 bilhões) e o excesso de diagnóstico do câncer de mama (US$ 1,2 bilhão), que inclui o tratamento de tumores que crescem lentamente e têm poucas chances de se converter em uma doença que ameace a vida da paciente.

Mamografias anuais a partir dos 40 anos são consideradas cuidados preventivos, importantes para detectar um tumor em fase inicial. Não há, no entanto, comprovações científicas suficientes para indicar o rastreamento a partir desta idade. O estudo detectou que as mulheres entre 40 e 49 anos tinham mais possibilidade de dar falsos-positivos.

Os autores são Mei-Sing Ong, do Hospital Pediátrico de Boston, e Kenneth Mandl, da Escola de Medicina de Harvard. Segundo eles, o custo do diagnóstico excessivo do câncer de mama é muito maior do que se estimava. Além da questão financeira, exames falsos-positivos também expõem a paciente a forte estresse e a riscos de procedimentos adicionais. Muitas vezes, uma mamografia apresenta alguma anomalia que precisa ser analisada com outros testes ou biópsia.

Por outro lado Richard Wender, que encabeça as iniciativas de prevenção, detecção e apoio a pacientes da Sociedade Americana de Câncer (ASCO), considera o estudo como parcial. “Não houve a intenção de equilibrar os custos com os benefícios”, destaca Richard Wender, que encabeça as iniciativas de prevenção, detecção e apoio a pacientes da Sociedade Americana de Câncer (ASCO). “Cada estudo que revisa os pontos negativos de qualquer teste de diagnóstico tem que estar equilibrado com os benefícios”, completa.

Nos EUA, a ASCO recomenda mamografias anuais para mulheres a partir de 40 anos, enquanto que o Grupo de Trabalho de Serviços Preventivos (equipe de assessoria governamental) sugere que as análises regulares tenham início a partir dos 50 anos.

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