Mundo, Tecnologia e Inovação | 15 de abril de 2015

Cientista cria técnica revolucionária de diagnóstico do câncer

Sensor elaborado por brasileira identifica câncer antes de sintoma surgir
Cientista cria técnica revolucionária de diagnóstico do câncer

O trabalho de uma cientista brasileira pode revolucionar o diagnóstico de câncer. Priscila Monteiro Kosaka (foto), doutora em Química pela Universidade de Brasília e integrante do Instituto de Microeletrônica de Madri há seis anos, desenvolveu um projeto que promete ser 10 milhões de vezes mais sensível do que as atuais técnicas disponíveis.

O câncer compõe um conjunto de mais de cem doenças que possuem em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos. Em casos mais graves, espalha-se para outras regiões do corpo (metástases), dividindo-se rapidamente. O diagnóstico rápido do câncer é um fator determinante tanto para a sobrevida quanto para a qualidade de vida dos pacientes.

Priscila desenvolveu um sensor ultrassensível que identifica a doença a partir de um exame de sangue, usando a técnica de bioreconhecimento. O sensor aponta se o paciente está nos estágios iniciais da doença, antes mesmo de desenvolver os sintomas. A técnica também pode ser usada no diagnóstico de hepatite, HIV e Mal de Alzheimer.

O bioreconhecimento evita biópsias e outros procedimentos invasivos, além de permitir um tratamento nos estágios iniciais da doença, antes da metástase. O nanosensor possui uma sensibilidade 10 milhões de vezes maior que a dos exames tradicionais de sangue e é mais específico, porque descobre o tipo de câncer, direcionando o paciente para o tratamento imediato.

O sensor possui anticorpos na superfície. Ao entrar em contato com o sangue do paciente, sinalizam a presença de células cancerígenas, ficando com uma cor avermelhada e brilhante. A taxa de erro do sensor foi de dois em cada 10 mil testes realizados em laboratório. Ainda não há data prevista para chegar ao mercado, mas a ideia é que o nanosensor seja de baixo custo, para que todas as pessoas tenham acesso, em especial na saúde pública.

O Brasil tem cerca de 576 mil casos por ano (dados do INCA), sendo o mais incidente o câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos), seguido dos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).

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