Uma nova pesquisa publicada no periódico Microbioma, indica que uma espécie de transplante de fezes pode resolver o problema das infecções pela bactéria Clostridium difficile.

O aumento da resistência aos antibióticos têm dificultado o tratamento nos últimos anos. A infecção por esse micro-organismo causa diarreia, dores abdominais severas e chega a matar pacientes já debilitados.

Pesquisadores da Universidade de Minnesota (EUA), realizaram o transplante de fezes de um mesmo doador para o intestino de quatro voluntários. Os cientistas analisaram o microbioma fecal (conjunto de bactérias encontradas nas fezes) dos pacientes antes e depois do transplante, além de um grupo de dez outros pacientes com C. difficile recorrente. Os exames foram comparados aos resultados do microbioma fecal de voluntários saudáveis.

O transplante é uma técnica que insere amostras de fezes de um doador saudável dentro do intestino de uma pessoa que tenha a infecção. Os benefícios do procedimento duraram 21 semanas entre os pacientes participantes.

O transplante já havia dado bons resultados em pesquisas anteriores. A novidade do estudo da Universidade de Minnesota é que demonstra que os benefícios podem ser duradouros. Como o microbioma dos pacientes foi considerado “saudável” nas 21 semanas após o transplante, é possível controlar a infecção de forma mais eficaz.

Os resultados sugerem que a terapia do transplante fecal pode ser benéfica para o tratamento desta doença, e segundo outros trabalhos é eficaz no tratamento de outros tipos de gastroenterites. Estudos  relatam que o uso progressivo de antibióticos contra C. difficile e outros micro-organismos também pode afetar negativamente a microbiota e sugerem que a recolonização do trato intestinal por uma nova microbiota pode ser empregada através do transplante.

Atualmente, também existem pesquisas em andamento para analisar a aplicação do transplante de fezes para combater outras patologias intestinais, como a Doença de Chron e colite ulcerativa.