Tomografia computadorizada pode agravar o risco de câncer
Pesquisa feita na Califórnia aponta para o perigo das altas doses de radiação
Um artigo publicado no jornal JAMA Pediatrics, sugere que os exames de tomografia computadorizada aumentam o risco de desenvolvimento de câncer em longo prazo.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia trabalharam sobre uma base de dados de tomografias realizadas em sete sistemas de saúde dos EUA, entre 1996 e 2010, com crianças menores de 15 anos. A base do estudo foi o cálculo da quantidade média de radiação transmitida para cabeça, espinha dorsal, abdômen e tórax dos pacientes.
Embora os resultados tenham sido variados, o estudo mostra que até um quarto das crianças que passaram por exame abdominal recebeu 20 ou mais milissieverts, quando a quantidade média emitida em raios-X de tórax é de apenas 0,1 milissievert.
As tomografias computadorizadas feitas no período de um ano podem acarretar em cerca de 4,8 mil cânceres no futuro. Se as dosagens mais altas fossem reduzidas para um nível médio, o aparecimento de tumores poderia ser reduzido em 43%.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, a professora de bioestatística da Universidade da Califórnia, Diana L. Miglioretti, é fundamental que os pais interajam com o médico. Antes do procedimento, o recomendado é perguntar como o exame pode auxiliar no tratamento; se existem alternativas de procedimento; e como o profissional pode garantir a dosagem mais baixa possível de radiação.