No dia 7 de dezembro, o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL), Cláudio Allgayer e o presidente do Sindihospa, Henri Chazan, foram recepcionados pelo presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), médico José Carlos Abrahão, na sede da ANS, em Brasília. Os diretores da FEHOSUL, Luiz Alberto Tarragô de Carvalho (à esquerda) e Maurício de Abreu e Lima Guimarães, acompanharam a visita, juntamente com Diocelia Jungbluth. A pauta principal, foram questões envolvendo a relação dos estabelecimentos assistenciais de saúde (prestadores) com as operadoras de planos de saúde que atuam no Estado. Ana Rios (relações institucionais da ANS) também participou da atividade.

A falta de reajustes, o encaminhamento pelas operadoras de pacientes para a sua rede própria e o descredenciamento de prestadores de forma unilateral provocam inquietação no mercado. A Fehosul e o Sindihospa buscaram entender como a ANS age no que se refere a denúncias envolvendo pacientes, médicos e prestadores.

“As partes devem sempre buscar a conciliação de interesses, já que são parceiros na atenção à saúde do cidadão”, defende Abrahão

Allgayer, presidente da Fehosul disse que “há sinais recentes que nos causam preocupação. O nosso posicionamento sempre foi o de olhar o mercado como um todo. Somente se constrói um mercado forte com parcerias sólidas. Defendemos os prestadores, mas sempre buscamos ouvir os parceiros comerciais dos hospitais, clínicas e laboratórios. Ás vezes, não conseguimos êxito nesta visão macro e, muitas vezes, sequer somos recebidos pelas operadoras, num claro intuito de postergar decisões que deveriam  ser tomadas em conjunto. Temos recebido reclamações e denúncias que demonstram , de um modo geral, que a relação entre prestadores e operadoras, têm sido abalada, por posturas inadequadas de operadoras líderes do mercado gaúcho”, afirmou Allgayer ao descrever, ao presidente da ANS, as dificuldades surgidas no mercado gaúcho da saúde.

Allgayer também relatou problemas relacionados a oferta de medicamentos antineoplásicos (usados para combater células cancerosas), por parte de determinadas operadoras, que interferem nas relações médico-paciente e paciente-instituição, em desacordo com o marco regulatório legal e com resoluções do Conselho Federal de Medicina, caracterizando também infrações éticas. O presidente da Fehosul informou “que a categoria tomou decisões e determinou que a Fehosul a representasse em diferentes fóruns, porque o paciente não pode ser peça de manobras comerciais, principalmente quando está em tratamento de doenças graves como o câncer, por exemplo”, sinalizou Allgayer.

O presidente da ANS mostrou-se preocupado com o relato e explicou que ao receber formalmente uma denúncia, o processo segue o seu caminho natural, sem possibilidade de se voltar atrás ou fechar um acordo, diverso do que ocorre na justiça comum. E explicou que exemplos recentes, como nos casos da Unimed Paulistana e Unimed Rio, demonstram que o paciente precisa sempre ser resguardado, uma preocupação da agência que busca promover a eficiência e a qualidade na regulação da saúde suplementar, primando sempre pelo interesse público. “Há multas pesadas, que todos sabem”, disse Abrahão, sugerindo que “as partes devem sempre buscar a conciliação de interesses, já que são parceiros na atenção à saúde do cidadão”.

Os integrantes da comitiva, aproveitaram para parabenizar a gestão de José Carlos Abrahão na presidência da ANS, e a sua atenção para sanar as dúvidas pessoalmente. “O Dr. Abrahão é conhecido do mercado, é um grande profissional com conhecimento vasto das relações de mercado, e conversar com ele, sempre nos traz ensinamentos”, ressaltou Maurício de Abreu e Lima Guimarães, diretor da Fehosul e presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde de Pelotas, ao final da reunião.

Cláudio Allgayer (FEHOSUL), Maurício de Abreu e Lima Guimarães (FEHOSUL), Henri Chazan (SINDIHOSPA) Ana Rios (ANS)