Santa Casa realiza primeiras cirurgias robóticas de cabeça e pescoço do sul do Brasil
Conforme o cirurgião Daniel Sperb, tecnologia permite cirurgias de tumores da faringe e espaço parafaríngeo sem precisar fazer incisões em pele, mucosa e osso para o acesso, permitindo recuperação mais rápidaO Instituto de Cirurgia Robótica Helda Gerdau Johannpeter da Santa Casa de Porto Alegre realizou as duas primeiras cirurgias robóticas na área de cabeça e pescoço do sul do Brasil, tornando a entidade pioneira neste tipo de cirurgia na região. A realização dos procedimentos ocorreu por meio do uso do Robô Da Vinci Xi, instalado no Hospital São Francisco, que permite uma série de benefícios aos pacientes como a diminuição da dor pós-operatória, redução do risco de infecção e de sangramento, aliados a maior precisão cirúrgica.
“A principal vantagem do robô na cirurgia de cabeça e pescoço é de permitir acesso cirúrgico em áreas estreitas, com visão tridimensional e com um conjunto de instrumentos que imitam o movimento tridimensional das mãos na ponta das pinças. Com isso, podemos realizar cirurgias de tumores da faringe e espaço parafaríngeo sem precisar fazer incisões em pele, mucosa e osso para o acesso, permitindo recuperação mais rápida, menores sequelas e em alguns casos, aumento da chance de cura”, destacou o cirurgião Daniel Sperb, pós-graduado em Cirurgia Robótica em Cabeça e Pescoço e responsável pelos procedimentos.
As cirurgias também foram acompanhadas pelo cirurgião Renan Bezerra Lira, coordenador e professor da pós-graduação em Cirurgia Robótica em Cabeça e Pescoço no Hospital Albert Einstein, e auxiliado pelo cirurgião Felipe Oliva Detanico, também pós-graduado em cirurgia robótica.
Pequenas incisões e sem cicatriz visível
Como explicou Sperb, os dois primeiros procedimentos foram realizados para a retirada de tumores localizados na região do pescoço dos pacientes. Para os procedimentos dos pacientes, foram necessárias apenas apenas três pequenas incisões de 0,8 a 1,2 cm, que ficaram totalmente ocultas, permitindo que não exista nenhum tipo de cicatriz visível na face ou no pescoço. “A magnificação da imagem, a visão tridimensional e a escala de movimento com filtro de tremor permite fazer dissecção de estruturas nobres com muita segurança utilizando o sistema robótico. Ficamos muito contentes em poder oferecer essa nova modalidade de tratamento aqui em Porto Alegre para os pacientes do Sul do Brasil”, enfatizou o cirurgião, destacando que a alta hospitalar dos pacientes pôde ser realizada já no dia seguinte da cirurgia.
Robô Da Vinci XI
Segundo a Santa Casa, o Robô Da Vinci XI utilizado na instituição hospitalar é a versão de atualização mais moderna do Rio Grande do Sul. O equipamento também pode ser usado para acessos remotos tanto em cirurgias tradicionais de altíssima complexidade, apresentando um importante benefício estético para o paciente. Pode ser utilizado em cirurgias sobre a tireoide, paratireoide, linfonodos, parótida e diversos tipos de nódulos e tumores na região da faringe, laringe supraglótica e pescoço. Ainda, além dos procedimentos cirúrgicos desempenhados pelo Da Vinci XI, o Centro de Formação em Cirurgia Robótica da Santa Casa irá proporcionar treinamentos a médicos cirurgiões de todo o país, em parceria com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Fotos: Nicole Rosa da Silva/Santa Casa