Estatísticas e Análises | 25 de agosto de 2018

Projeto poderá obrigar planos de saúde a cobrir tratamento contra o tabagismo

Projeto está em tramitação no Senado Federal
Projeto poderá obrigar planos de saúde a cobrir tratamento contra o tabagismo

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) acatou proposta, apresentada como sugestão legislativa pelo Instituto Oncoguia, para que os planos de saúde sejam obrigados a cobrir tratamentos contra o tabagismo. Segundo o texto, que começou a tramitar no Senado Federal como projeto de autoria da CDH (PLS 363/2018), a cobertura, além do atendimento ambulatorial, deverá incluir o fornecimento de medicamentos para quem quer se livrar da dependência de nicotina.

O Instituto Oncoguia citou uma pesquisa da Aliança de Controle ao Tabagismo (ACT) dando conta que o país dispende cerca de R$ 20 bilhões anualmente com o tratamento de doenças relacionadas ao cigarro – valor 3,5 vezes superior ao que a Receita Federal arrecada sobre a tributação de produtos derivados do tabaco. A entidade ainda avalia que as próprias operadoras de planos de saúde serão beneficiadas com a medida, pois cairão seus custos relacionados ao tratamento das 50 doenças relacionadas ao consumo do tabaco.

Por fim, o Oncoguia alerta que a dependência de nicotina gera um grande desconforto psicológico e físico aos fumantes que tentam se livrar deste vício, o que diminui as chances de êxito. E que 80% dos fumantes desejam parar de fumar, mas apenas 3% conseguem fazer isso sozinhos, o que demanda portanto tratamento específico.

Cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo, de acordo com a OMS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam.

De acordo com a OMS, todo ano mais de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.

Os fumantes têm, em média, menos dez anos de vida do que os não fumantes, pois as substâncias do fumo do tabaco afetam alguns órgãos importantes, ao mesmo tempo que tornam o organismo mais frágil em relação a uma série de doenças.

Deixar de fumar é a medida preventiva mais eficaz para diminuir os riscos de doenças como o câncer de pulmão, acidente vascular cerebral ou enfarte do miocárdio.

Brasil apresenta queda no número de fumantes

Dados de 2018 da OMS apontam forte queda no número de fumantes no Brasil nos últimos anos. Em 2000, 24,7% da população brasileira fumava. Cinco anos depois, a taxa era de 20,6%. Em 2010, 17,2% eram fumantes e, em 2016, chegou a 14%.

Atualmente, 10% das mulheres fumam, contra 18% no caso dos homens.  Isso representa, segundo a OMS, um total de 22 milhões de fumantes, dos quais 17,9 milhões deles consomem tabaco diariamente.

E as projeções da OMS apontam que esse número brasileiro continuará caindo. Em 2020, apenas 12,2% dos brasileiros estarão fumando. Em 2025, serão apenas 10,3% dos brasileiros usuários de tabaco. Em 25 anos, o Brasil passaria de ter 28,5 milhões de fumantes para 20,4 milhões, mesmo em um período em que a população nacional crescerá.

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Com informações da Agência Senado e Estadão. Edição do Setor Saúde.

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