Na última semana, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde, teve um artigo científico publicado na revista Health Research Policy and Systems sobre o perfil de competência do projeto “ESPIE: Apoio à Formulação e Implementação de Políticas de Saúde Informadas por Evidências”, conduzido pelo Hospital Sírio-Libanês. A publicação, disponível aqui, foi realizada com o objetivo de subsidiar atividades educacionais relacionadas com Políticas Informadas por Evidências (PIE) e apoiar o planejamento e ações de diferentes organizações.

O artigo contou com uma revisão da literatura global envolvendo 714 documentos, dos quais foram selecionadas dez revisões e identificando 37 elementos de competência, sendo que oito foram categorizados como conhecimento, 19 como habilidades e 10 como atitudes, agregados em quatro perfis de competência: pesquisador, profissional de saúde, decisor e cidadão. De acordo com Dr. Silvio Fernandes da Silva, Especialista de Projetos do ESPIE do Sírio-Libanês e coordenador do projeto, o estudo é inovador para a literatura científica: “O ESPIE agrega diferentes perfis de competência numa perspectiva prática, favorecendo a aplicação dos seus resultados em diferentes contextos para apoiar as políticas públicas citadas”, afirma Silvio.

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Políticas públicas de saúde informadas por evidências

O projeto ESPIE é realizado em parceria com a Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, e com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Sua principal finalidade é apoiar a formulação e implementação de políticas públicas de saúde informadas por evidências.

“Reconhecendo a necessidade de intensificar os esforços nacionais de cumprir com esse propósito e para reduzir a lacuna entre pesquisa e política, o projeto ESPIE pode ser considerado, nessa perspectiva, uma rede com vários membros que promove um sistema de evidências em saúde integrado e harmonizado para todo o país”, ressalta o coordenador, que prossegue: “A importância do uso do conhecimento científico para melhorar a saúde da população é um consenso global que tem ganhado mais relevância frente aos desafios crescentes dos sistemas de saúde. O envelhecimento da população, o aumento da carga global de doenças, o surgimento de novas enfermidades e emergências regionais e globais de saúde pública – como recentemente ocorreu com a pandemia de Covid-19 — tornam o processo de formulação e gestão das políticas de saúde cada vez mais complexo”.

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O projeto e seus desdobramentos

O projeto teve início em 2015 e está em seu terceiro triênio de atuação. Nos dois primeiros, foram realizados cursos de especialização em gestão de políticas informadas por evidências, nos quais foram titulados cerca de mil especialistas. O nome ESPIE decorre desses cursos e significa: Especialização em Políticas Informadas por Evidências (ESPIE).

No triênio 2021-2023, sob a denominação de “Apoio à Formulação e Implementação de Políticas de Saúde Informadas por Evidências”, estão sendo realizados um estudo dos egressos dos cursos de especialização; revisão de escopo sobre estratégias de como informar evidências científicas para gestores e população; guia para apoiar a implantação de núcleos de evidências em sistemas regionais e locais de saúde; além do perfil de competência recém-publicado.