A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), que atende 800 mil beneficiários, tem um rombo no orçamento que chega aos R$ 150 milhões. O jornal Correio Braziliense, que divulgou os dados, indica que a situação põe em dúvida a continuidade dos serviços.

Entre os motivos para o déficit está o descompasso entre os reajustes dos funcionários do banco e os preços dos serviços de saúde. Como o orçamento é composto, em parte, por verbas repassadas pelos trabalhadores, o indicador sobe em proporção menor do que os custos operacionais, gerando o déficit.

Caso o Plano de Associados não seja coberto até julho, corre o risco de sofrer intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A legislação prevê que a operadora mantenha anualmente em seu cofre, uma reserva legal de R$ 850 milhões, mas, em março de 2015, o valor atingiu R$ 700 milhões.

As contribuições (do patrocinador, Banco do Brasil, de 4,5% da folha de pagamento, assim como os 3% do salário dos associados) não são suficientes para bancar as despesas, fazendo com que a continuidade dos serviços do plano dependa do uso dos recursos em caixa.

Na reportagem do Correio Braziliense, o presidente do Sindicato dos Bancários do DF, Eduardo Araújo, explicou que “para completar a reserva legal, a CASSI precisa de R$ 150 milhões, em 2015. Por isso, pedimos aporte extraordinário do banco de R$ 300 milhões. Parte do valor para cobrir o deficit e a outra para manter vários projetos de medicina preventiva”.

O Banco do Brasil informou que “em hipótese alguma haverá aporte para cobertura do deficit”. O banco apresentou 17 propostas para sanear as contas, mas não há estudo que garanta a eficácia das medidas. Para Fernando Amaral, vice-presidente de Relações Institucionais da Associação Nacional dos Funcionários do BB (ANABB), a situação está sob controle, embora admita que o Plano de Associados registrou o maior deficit do sistema em 2014 (R$ 127 milhões) e que usou a Provisão para Eventos Ocorridos e Não Avisados (PEONA).

A caixa de assistência atende a 400 mil pessoas, no Plano de Associados, e outras 400 mil, no CASSI Família, que tem boa saúde financeira.