Tecnologia e Inovação | 21 de agosto de 2013

Pesquisadores brasileiros desenvolvem coração artificial implantável

Modelo pode chegar ao mercado com custo baixo e tamanho reduzido em comparação à produtos semelhantes
Dieta alimentar e a insuficiência cardíaca

Pacientes que sofrem com insuficiência cardíaca, problema que afeta cerca de 6,5 milhões de pessoas no Brasil e tira a vida de 25 mil anualmente – conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) – podem ser beneficiados pela mais nova ferramenta criada pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. A parceria desenvolveu o primeiro protótipo nacional de coração artificial totalmente implantável.

Para chegar ao mercado o aparelho ainda terá que ser testado em humanos. Até o momento foram feitos experimentos, bem sucedidos, apenas com bezerros. O modelo não substitui o coração natural, mas o auxilia no bombeamento de sangue durante o período de espera pelo transplante de órgão.

O grande diferencial do coração artificial é o valor, pois está estimado em R$ 10 mil, muito abaixo da média de outros produtos semelhantes importados, que giram em torno dos R$ 200 mil.

Desde 2006 o coração artificial tem sido desenvolvido. A bomba foi produzida no Departamento de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica e a parte eletrônica (motores e circuitos) que controla o funcionamento ficou a cargo do Laboratório de Eletromagnetismo Aplicado, ambos da USP. O hospital Dante Pazzanese é o responsável pela parte médica e ensaios com animais.

A bomba, de formado cônico e tamanho de uma laranja, é implantada em uma cavidade próxima ao coração. Possui ainda uma caixa que abriga o circuito eletrônico e uma bobina, que fica em cima da pele e, por meio de um campo magnético que induz a corrente para recarregar o aparelho. Em princípio a bateria terá de ser carregada diariamente através de um pequeno carregador ligado na tomada, em um processo de cerca de 40 minutos.

Atualmente a pesquisa se encaminha para uma segunda etapa, onde a meta é transformar o protótipo em um produto capaz de competir com os modelos atuais no mercado. Em entrevista para o site da Fapesp, os pesquisadores comentaram  que “além do funcionamento, precisamos avaliar outros parâmetros, como aquecimento, ruído e ajustar o circuito impresso para reduzir ainda mais o tamanho. Existe uma série de problemas de natureza mecânica e elétrica que ainda precisam ser estudados para se chegar ao tamanho mínimo”.

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