Mundo | 3 de julho de 2014

Novo método permitirá diagnóstico precoce de Alzheimer

Pesquisa francesa define novos critérios para analisar a doença
Novo método permitirá diagnóstico precoce de Alzheimer

Novos marcadores biológicos devem tornar o diagnóstico do Mal de Alzheimer mais confiável, de acordo com um estudo feito por um grupo internacional de neurologistas publicado na revista britânica The Lancet Neurology.

O Alzheimer (leia mais aqui) atinge 40 milhões de pessoas no mundo e as previsões de especialistas indicam que, em 2050, o número de doentes pode triplicar. O coordenador da pesquisa, neurologista francês Bruno Dubois, ressaltou que “a partir de agora será possível, graças a este novo método, fazer um diagnóstico mais seguro e precoce”.

O trabalho levou nove anos para ser concluído. Os cientistas definiram e validaram novos critérios para o diagnóstico. O Alzheimer começa geralmente com transtornos de memória, seguidos de problemas de orientação espacial e temporal, transtornos de comportamento e perda de autonomia. Como os sintomas não são específicos apenas desta doença, “não podia ser diagnosticada até agora de forma segura em um estágio precoce”, explicou Dubois.

Era necessário esperar pela evolução para a demência, ou até que o doente evoluísse para óbito, para poder examinar as lesões no cérebro. Após analisar os estudos publicados sobre o tema, os cientistas chegaram a um consenso de diagnóstico, com dois perfis clínicos: casos típicos (80% a 85% do total) se caracterizam por problemas de memória de longo prazo (lembrança voluntária de fatos); e os casos atípicos (15% a 20%), que são os transtornos da memória verbal ou de comportamento.

Cada um deve ser confirmado por pelo menos um marcador biológico. Trata-se de uma punção lombar que mostra o nível anormal de proteínas cerebrais no líquido cefalorraquidiano, ou de uma tomografia por emissão de pósitrons (TEP) do cérebro, exame que permite visualizar a atividade dos tecidos.

Os resultados devem auxiliar nas pesquisas futuras em busca de um tratamento eficaz – atualmente inexistente – contra o Alzheimer. Os pesquisadores comprovaram que muitos diagnósticos estabelecidos segundo critérios mais antigos estavam errados. Entre eles estão 36% de falsos doentes de Alzheimer incluídos em um teste terapêutico anterior.

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