Estatísticas e Análises | 25 de outubro de 2017

Nova terapia genética contra o câncer é aprovada nos EUA

Tratamento deverá custar 373 mil dólares
Nova terapia genética contra o câncer é aprovada nos EUA

A comercialização da segunda terapia genética para tratar linfomas agressivos  foi aprovada  pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), no dia 18 de outubro. A terapia é conhecida como CAR-T Cells e consiste basicamente em introduzir um anticorpo em células de defesa do organismo do próprio paciente, as mencionadas células T de seu acrônimo, para que reconheçam e ataquem as células cancerosas.

Yescarta (axicabtagene ciloleucel), aprovada esta semana, foi desenvolvida inicialmente pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e a patente foi adquirida pela empresa de biotecnologia Kite Pharma (esta foi comprada recentemente pelo grupo Gilead por 11,9 bilhões de dólares). A FDA realizou teste, com cem pacientes passando pelo tratamento com Yescarta, que resultou em remissão completa dos tumores em 51% dos pacientes.

Em agosto, a FDA havia aprovado o Kymriah, a primeira terapia genética desenvolvida pela Gilead no tratamento de linfomas agressivos. O Kymriah foi desenvolvido para crianças e adultos com uma grave e rara forma de câncer sanguíneo, a leucemia linfoblástica aguda (LLA), recorrente ou refratários das células B. Já a Yescarta é recomendada para o tratamento de pacientes adultos atingidos por certos tipos dos chamados linfomas não-Hodgkin que afetam as mesmas células B e que também são recorrentes ou refratários às terapias convencionais.

Estima-se que 7,5 mil pacientes por ano poderiam ser candidatos para o tratamento com Yescarta nos Estados Unidos. A medicação deve custar 373 mil dólares, enquanto a Kymriah deve custar 475 mil dólares.

Porém, a Yescarta é indicada apenas em último caso nos tratamentos previstos para câncer, porque possui riscos de efeitos colaterais graves. A FDA informa que o método pode causar, entre outros efeitos, a síndrome de liberação de citocinas, uma reposta exagerada do sistema imunológico que provoca graves inflamações e pode levar à morte.

Terapia genética no Brasil

Os primeiros tratamentos experimentais para tratamento genético contra o câncer devem ser realizados em 2018 no Brasil. De acordo com o G1, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, já possui reservada uma sala especial para o tratamento e pesquisadores em treinamento nos Estados Unidos. A instituição paulista deverá ser o primeiro centro de tratamento genético do câncer na América Latina. O investimento começar está avaliado em 7 milhões de dólares (mais de 22 milhões de reais). A primeira das novas terapias para o câncer que deve chegar ao Einstein é a TIL, indicada para o melanoma. Não há previsão para a terapia genética CAR-T Cell no país.

Com informações do G1, Gizmodo e Uol. Edição SS. 

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